Menú principal de Geo Crítica

Índice de Ar@cne

 

Ar@cne
REVISTA ELECTRÓNICA DE RECURSOS EN INTERNET
SOBRE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona
Nº 143, 15 de enero de 2011
ISSN 1578-0007
Depósito Legal: B. 21.743-98

 

WIKILEAKS E AS REDES SOCIAIS: A PUBLICIZAÇÃO DE CONTEÚDOS DA SIPRNET


Hindenburgo Francisco Pires
Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Bolsista do Programa de Estudos para Estágio Pós-Doutoral no Exterior da
Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
<hindenburgo@uerj.br>, <http://www.cibergeo.org>




WikiLeaks e as Redes Sociais: A publicização de conteúdos da SIPRNet (Resumo).

Os objetivos deste trabalho são, em primeiro lugar, oferecer elementos para analisar a origem das comunicações diplomáticas dos EUA, oriundas de redes militares confidenciais e secretas do seu Departamento de Defesa. Em segundo lugar, contribuir para ampliar as perspectivas de investigação dos conteúdos desses documentos, para que se possa ter elementos para debater, analisar e traçar balizamentos de ações direcionadas à abertura de novas fronteiras de pesquisas para a geografia política do ciberespaço. Em terceiro lugar, examinar e reanalisar as informações difundidas pelas redes sociais e pela mídia jornalística internacional.

Palavras chave: WikiLeaks, Redes Sociais, SIPRNet.



WikiLeaks y las Redes Sociales: La revelación pública de los contenidos de la  SIPRNet (Resumen)
.

Nuestros objetivos son, en primer lugar, ofrecer pruebas para analizar el origen de las comunicaciones diplomática de los EE.UU, derivada de las redes militares confidenciales y secretas del Departamento de Defensa. En segundo lugar, contribuir a ampliar la perspectiva del contenido de la investigación de los documentos, por las posibilidades que oferce para discutir, analizar y elaborar orientaciones para las acciones destinadas a abrir nuevas fronteras de la investigación a la geografía política del ciberespacio. En tercer lugar, examinar y revisar la información distribuida por las redes sociales y los medios de comunicación a nivel internacional.

Palabras clave: WikiLeaks, Redes Sociales, SIPRNet.



WikiLeaks and The Social Networks: The public disclosure of SIPRNet contents (Abstract)
.

The objectives of this paper are: firstly, provide elements to analyze the origin of U.S. diplomatic communications, derived from confidential and secret military networks of its Department of Defense. Secondly, help to broaden the perspective of research content those documents, so it is possible to have elements to discuss, analyze and draw guideposts of actions aimed at opening up new frontiers of research to the political cyberspace geography. Thirdly, examine and review the information distributed by social networks and the international news media.

Key words: WikiLeaks, Social Networks, SIPRNet.



SIPRNet: O ponto de partida das comunicações diplomáticas secretas dos EUA

A Rede Roteadora de Protocolos Secretos da Internet ou Secret Internet Protocol Router Network (SIPRNet)[1], de onde se originaram as comunicações diplomáticas dos EUA [2], é a principal rede de computadores utilizada pelo Departamento de Defesa e de Estado dos EUA para transmissão de serviços de comunicação, através do protocolo TCP/IP, e de informações  classificadas como secretas.  A sua implementação ocorreu logo após o "boom" da Internet comercial do início dos anos 90.  

A SIPRNet  foi constituída para garantir a troca criptografada de informações classificadas como confidenciais, para 820 instalações militares  e instâncias do Departamento de Defesa em mais de 135 países,  e também para substituir duas antigas redes de banco de dados de defesa (Pike, 2000) - Defense Data Network (DDN), Defense Secure Network One (DSNET1)- constituídas com tecnologias criadas, nos anos de 1980, pela Rede da Agência de Pesquisas em Projetos Avançados ou  Advanced Research Projects Agency Network (ARPANet) [3].

A  implantação da SIPRNet permitiu o aumento da eficência nas transmissões de informações entre as agências de inteligência e também as embaixadas dos EUA. A SIPRNet suporta uma variedade de sistemas e redes do Departamento de Defesa, como por exemplo [4]:
Como se pode constatar, todos esses sistemas podem ser acessados pela Internet, e podem ser objeto de investigação da geografia e das ciências sociais.

Após os incidentes de 11/09, a SIPRNet além de oferecer serviços ao Pentágono, estendeu os seus serviços de transmissão de informações às agências de inteligência e de governo, tais como:  o Gabinete do Diretor Nacional de Inteligência, do Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security) e o Birô federal de Investigação (Federal Bureau of Investigation).  Foi neste período que as redes diplomáticas civis e de caráter governamental foram estrategicamente integradas às redes militares. Assim, o crescimento e o uso da SIPRNet consagraram a adoção do modelo de Diplomacia Centrada em Rede (Net-Centric Diplomacy), planejado pelo Departamento de Defesa em 2006 (Warrick, 2010).

Segundo o Jornal Inglês The Guardian [5], desde 2005 a rede SIPRNet já interconectava 180 embaixadas dos EUA em todo o mundo e era acessada por mais de dois milhão e meio de usuários, entre civis e militares. Mesmo com um número tão grande de usuários acessando a SIPRNet, o Pentágono e o Departamento de Estado alegam que foi o soldado e analista de inteligência do Exército, Bradley Manning, através um pen drive quem forneceu ao WikiLeaks as comunicações diplomáticas e os vídeos,  que retratam os crimes de guerra e os assassinatos de dois Jornalistas da Agência Reuters, no Iraque.

O Departamento de Segurança Interna, desde 2007, fundamentado na doutrina militar da "Guerra Baseada em Rede" (Network Centric Warfare - NCW),  através da elaboração do plano “The National Strategy For Homeland Security”, passou a considerar o ciberespaço como fator estratégico para a segurança dos EUA (Pires, 2009). Neste mesmo período, seguindo também a perspectiva doutrinária da NCW, o DoD reservou um bloco de 247 Bilhões de IPv6, o que equivalia a quase 25 por cento de todo o espaço de endereços IPv4 [6], para operacionalizar a gestão do sistema de segurança de suas redes e para utilizá-lo da forma que lhe fosse mais conveniente. Uma reserva nessa proporção representa um domínio total do ciberspaço e a remilitarização da Internet [7] que atualmente está sob a égide civil, uma vez que, para efetuar um ataque cibernético em redes privadas ou públicas em qualquer país, seriam necessários apenas alguns milhares de IPs.

Em 2008, no artigo "Governança Global da Internet: A representação de topônimos de países no ciberespaço" (Pires, 2008), foi efetuado uma descrição sobre o surgimento das principais redes mantidas pelo sistema de segurança do DoD e se destacou também os seus diferentes níveis de classificação hierárquicas e o seu controle total da Internet. O controle e a extrema centralização da Governança da Internet (GI) por um só país (EUA), continuam mais forte do que antes, a despeito da legitimidade da autoridade da ICANN e o atual modelo unilateral de GI serem amplamente questionados. Existe uma evidente assimetria na distribuição regional dos servidores de nome da zona raiz da Internet, pois dos 13 servidores de nomes da zona raiz existentes na Internet (Root Names Server), 10 estão nos EUA e, desses, pelo menos 6 estão inteiramente sob controle militar [8], dirigidos para garantir o seu sistema de cibersegurança (Pires, 2009).

A divulgação de 391.832 documentos sobre a guerra do Iraque, em outubro de 2010, e 251.287 comunicações diplomáticas, em novembro, pelo sítio-web WikiLeaks, é um marco na história recente da investigação jornalística internacional, porque essas comunicações deveriam estar disponibilizadas, de forma transparente e aberta, para os cidadãos de todos os países que lhes dizem respeito, através de uma rede civil-diplomática e não militar. 

O WikiLeaks, As comunicações diplomáticas dos EUA e o Papel da Mídia Internacional: Uma leitura através da Geografia Política da Diplomacia dos EUA

A mídia internacional vem desempenhando um importante papel na divulgação dos documentos, cumprindo a sua verdadeira missão de informar os fatos de forma transparente aos cidadãos.

A divulgação desses documentos, no final de outubro e início de novembro de 2010, contou com a participação de importantes jornais da mídia internacional, tais como The Guardian [9], The New York Times [10], El País[11], Le Monde[12], Der Spiegel[13]e vários blogs internacionais [14]. Esses cinco maiores jornais do mundo formaram uma rede internacional para divulgar e publicizar a farta documentação disponibilizada pelo WikiLeaks. Para o Editor do El País, Javier Moreno, revelar o que o poder oculta é uma obrigação do jornalismo comprometido com a verdade (Moreno, 2010), engajado éticamente com a verdade e a essência dos fatos gerados, independentemente dos usos que eles possam vir a ter.

No entanto, outros importantes meios da mídia internacional, como Wall Street Journal e a rede CNN,  se negaram a participar da publicização desses documentos. Estas duas grandes empresas negligenciaram a importância dos documentos e a relevância histórica de publicizá-los.

Segundo o Jornal The Washington Post [15], o sítio-web WikiLeaks classificou os documentos em: Confidenciais (90,070); Não Classificados (75,792); Não Classificados para uso oficial (58,095); Secretos (11,322); Confidenciais não fornecidos (4,678); Secretos não Fornecidos (4,330).

Para as Universidades esses documentos sugerem questões que devem ser examinadas por estudiosos de geografia política internacional, de geopolítica com relação aos espaços físicos estratégicos, do ciberespaço e suas redes sociais e de diferentes áreas do conhecimento: comunicação e jornalismo, ciências políticas, sociologia política, Direito Internacional, etc. Deveríamos pesquisar e analisar as informações fornecidas pelo WikiLeaks, até porque as diferentes temáticas tratadas pelos documentos divulgados (Figura 1) dizem respeito às questões de interesse de vários países no mundo, com relação a suas estratégias econômicas-políticas e de soberanias nacionais.


Figura 1. Temáticas tratadas pelos documentos divulgados pelo Wikileaks.

itnt

Fonte: Gráfico elaborado com base nos dados fornecidos pelo The Washington Post, 2010.


Um extenso banco de dados dessas informações foi disponibilizado pelo sítio do jornal alemão Der Spiegel (Figura 2), pelo espanhol El País (Figura 3) e pelo inglês The Guardian (Figura 4), através de mapas mundi ou de atlas interativos, com a localização de todos os países incluídos nesta documentação. A partir de um navegador elaborado em flash é possível ter acesso a todos os documentos e as análises desses documentos tratadas pela mídia internacional.


Figura 2. Atlas interativo em Flash.


Figura 3. Atlas interativo em Flash.

iep


Figura 4. Atlas interativo em Flash.


É importante analisar como as redes sociais podem atuar eficazmente para a difusão de dados tão volumosos com uma agilidade de abrangência superior a qualquer outra mídia, que permitiram desencadeamento de ações colaborativas (Capel, 2010) que ultrapassaram objetivos específicos, fazendo com que os maiores e mais importantes meios de comunicação, sítios-web e blogs se unissem para organizar e difundir conjuntamente essas informações de interesse mundial. Essas iniciativas mostraram que as redes colaborativas podem se tornarem um contraponto fundamental às práticas autoritárias e unilaterais.

As comunicações diplomáticas dos EUA sobre o Brasil

No caso do Brasil, é possível verificar como os EUA vêm interferindo em questões políticas nacionais sobre as riquezas naturais do Brasil como, por exemplo, na Amazônia [16]. Os documentos publicados pelo WikiLeaks denunciam articulações políticas para assegurar a redução da reserva legal Amazônia. Muitos políticos brasileiros cederam aos interesses estadunidenses que, como é sabido, há décadas, querem possuir suas riquezas minerais e vegetais.

Existe uma edição, em português, disponibilizada pelo WikiLeaks, dos documentos da "diplomacia dos EUA" para o Brasil[17], mas há também um conjunto extenso de documentos importantes, em Inglês, que merece a nossa atenção. Segundo o Sítio-web Opera Mundi, no total, são 2.855 documentos de representantes da diplomacia dos EUA, sobre o Brasil[18].

Esses documentos revelam os bastidores do lobby pelo ouro negro dos estratos geológicos do pré-sal[19], do território brasileiro, efetuado por empresas dos EUA, sendo fonte de pesquisa e de denúncia tanto com relação aos políticos ou pessoas que ocupam cargos estratégicos que estão traindo os interesses nacionais e internacionais e aos cidadãos que neles depositaram sua confiança, quando estes deveriam defender a soberania dos países.

Segundo ainda esses documentos, os EUA possuem interesses nos cabos de transmissão submarinos em Fortaleza (Americas II e GlobeNet)[20], e também interferem no gerenciamento de minas de ferro e nióbio controladas por empresas inglesa e estadunidense (Rio Tinto Company e a Anglo American) porque o nióbio é um mineral muito importante para várias indústrias do complexo militar dos EUA. Ele é considerado um mineral de interesse geoestratégico para os EUA.

Outro caso que retrata a interferência da representação estadunidense em assuntos internos do Brasil, foi à iniciativa de constituir lobby na disputa pela venda de 36 caças para as Forças Aéreas Brasileiras[21]. Neste caso, o WikiLeaks disponibilizou uma carta confidencial do embaixador Thomas Shannon[22], em que relata seu estreito relacionamento com o Ministro de Defesa, Nelson Jobim, que sempre lhe informava sobre a posição do Estado brasileiro frente a negócios e assuntos estratégicos para a defesa do Brasil .

A luta do Movimento Sem Terra (MST) e a questão agrária[23] também foram objetos de interferência da representação estadunidense em assuntos internos do Brasil. A comunicação diplomática oficial de Thomas White "The MST Method: Work the State, Alienate the Locals"[24] (O método MST: Trabalhar com o Estado, alienar os locais) é significativa. O WikiLeaks disponibilizou 7 relatórios enviados entre 2004 e 2009, estes documentos revelam também como os EUA obtinham e investigaram a ocupação de uma fazenda pertencente ao grupo americano Farm Management Company [25], em Minas Gerais.

Outros documentos revelaram também o empenho dos EUA para a implementação de transgênicos, o que lhes proporcionariam dividendos com patentes e venda de produtos na Europa. Sobre essa questão o El País publicou uma importante coletânea de artigos[26]. Como se pode observar a diplomacia estadunidense possui interpretações, ações e objetivos muito precisos a respeito de minérios, energia, agronegócios, florestas, localizações, infraestruturas e "recursos" humanos específicos.

Estado de Direito, Direito Humanos e Práticas Autocráticas: Os EUA caminham para o Fascismo?

As reflexões a serem feitas estão relacionadas às contradições entre discursos e práticas porque, por trás dos discursos sobre democracia e direitos humanos, existe uma autocracia que se revela em sua prática nacional e internacional e em questões que dizem respeito às relações exteriores e às relações políticas dos EUA com o resto do mundo. Uma autocracia cujas ações se assemelham às das antigas nações que adotaram práticas autoritárias, com intervenções violentas, métodos fascistas, como definiu Boaventura Sousa Santos, no artigo "Wikiliquidação do império?" (Santos, 2010), e práticas políticas desleais que contradizem esse discurso democrático que sempre foi apregoado.

As denúncias do artigo de Michael Brenner, "Washington faz o que condena em autocracias" (Brenner, 2010), são preocupantes porque práticas e intervenções políticas nos EUA, como a censura à liberdade de expressão, desrespeito aos direitos humanos, abuso de poder estão se tornando corriqueiras, essas práticas também estão sendo realizadas por eles em outros países .

Em Agosto de 2010, o jornal estadunidense The New York Times mostra, a partir de informações fornecidas pelo WikiLeaks, uma animação com a simulação das operações das tropas dos EUA no Afeganistão [27] (Figura 5). Em outubro, o jornal inglês The Guardian publicou, a partir de informações fornecidas pelo WikiLeaks, mapas elaborados com Googlearth das inúmeras mortes de civis no Iraque (Figura 6). Também vídeos [28], divulgados pelo WikiLeaks, mostram como os soldados estadunidenses matam deliberadamente civis inocentes nas ruas de Bagdá.


Figura 5. Simulação das Operações no Afeganistão.
 

itnt

Fonte: Vimeo 2010.
<http://vimeo.com/14200191>.



Figura 6. Mapa cotidiano das mortes no Iraque.


Após a publicização das comunicações do Departamento de Estado (Figura 7), os EUA reagiram numa operação de retaliação[29] ou de “caça às bruxas” ao WikiLeaks, às Redes Sociais (Twitter)  e a um de seus criadores, Julian Assange (Jinkings, 2011), esta reação representou segundo John Pilger "uma resposta a uma revolução da informação, que ameaça a ordem do velho poder, na política e no jornalismo" (Pilger, 2011).

Figura 7. Números de comunicações por embaixadas.



Os EUA também pressionaram prestadores de serviços internacionais como PayPal, Amazon, Mastercard, Visa, Bank of America, entre outros, para que estes atuassem para inviabilizar financeiramente o WikiLeaks, porque este sítio-web, além de demonstrar a vulnerabilidade de um sistema que se dizia inviolável, secreto, de segurança máxima e de controle absoluto, divulgou documentos que demonstram que os EUA violam e violaram impunemente os direitos humanos, interferem nas políticas internas dos países, conspiram contra países para obter o que lhes é conveniente, a qualquer custo.


Conclusão


O modelo estadunidense de Diplomacia Centrado em Rede, publicizado pelo WikiLeaks, revelou os bastidores de uma política exterior equivocada, inescrupulosa e controlada por um poder militar que muitos cidadãos estadunidenses estão também repudiando.

A força e a união das redes sociais mostraram ser possível a publicização de comunicações diplomáticas, contribuindo para o aperfeiçoamento da democracia e defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos. Através dessas iniciativas, é possível enfrentar a emergência de ditaduras virtuais no ciberespaço.

Todos esses documentos revelaram que por trás dessa política de ocultação enviesada pró-estadunidense, existem “adeptos corrompidos”, que sendo representantes políticos, empresários ou profissionais liberais que ocupam cargos de poder decisórios em seus países, cedem às estratégias dos lobbies para proveitos próprios, contrariando os princípios legítimos da cidadania.

A partir dessa perspectiva, a defesa do WikiLeaks representa a defesa da ética na política, a garantia da livre representação soberana de todos os povos, nações e países do mundo e o fortalecimento do movimento das redes sociais colaborativas.

Esses fatos comprovam que a Internet é um espaço virtual de acumulação que não pode ser mais controlado, desligado ou desacionado por um poder militar de um único país, porque dar um "shutdown" na Internet significaria, dar um shutdown no capitalismo em sua forma financeira-informacional.

Seria interessante que todos os colaboradores e leitores da revista Ar@cne prestassem atenção à publicização dessas comunicações diplomáticas e se lançassem à tarefa de investigar esta farta documentação disponível na Internet,  pois se forem reorganizados os temas relacionados às questões estratégicas de cada país, seria possível efetuar pesquisas extraordinárias em diferentes áreas de investigação. Neste sentido, a publicização pela Internet das comunicações diplomáticas dos EUA, oriundas da rede militar SIPRNet, pelo sítio-web WikiLeaks merece atenção de todos os geógrafos do mundo.


Notas

[1] Ler os artigos: a) Guia para uso da SIPRNet publicado pela Texas A&M University, em: <http://rf-web.tamu.edu/security/Security%20Guide/S1class/Siprnet.htm>  [Consulta:  janeiro de 2011]
b) Federation of American Scientist: "Secret Internet Protocol Router Network (SIPRNET)", in: <http://www.fas.org/irp/program/disseminate/siprnet.htm> [Consulta:  janeiro de 2011]
c) Departamento de Defesa dos EUA, em: <http://www.defense.gov/brac/pdf/Report-Closure-FortMonmouth.pdf> [Consulta:  janeiro de 2011]

[2] Artigo publicado pelo sítio-web da BBC de Londres "Siprnet: Where the leaked cables came from", em: <http://www.bbc.co.uk/news/world-us-canada-11863618> [Consulta:  janeiro de 2011]

[3] Globalsecurity "Defense Data Network (DDN), Defense Secure Network (DSNET)", in: <http://www.globalsecurity.org/intell/systems/ddn.htm> [Consulta:  janeiro de 2011]

[4] Consultar o forum "Military and Government Projects: all top secret data is stored and transmitted on secret government internet", em: <http://www.abovetopsecret.com/forum/thread264825/pg3> [Consulta:  janeiro de 2011]

[5] Artigo publicado pelo jornal Inglês The Guardian: "Siprnet: where America stores its secret cables", in: <http://www.guardian.co.uk/world/2010/nov/28/siprnet-america-stores-secret-cables> [Consulta:  dezembro de 2010]

[6] Miller 2010, "DOD to allocate its IPv6 addresses Officials set a five-year migration plan", in: <http://gcn.com/Articles/2007/02/03/DOD-to-allocate-its-IPv6-addresses.aspx?Page=1> [Consulta:  janeiro de 2010]

[7] Ditz 2010, "Militarized Internet will trample freedom Computer network safest in private hands, not government's, in: <http://www.washingtontimes.com/news/2010/oct/7/militarized-internet-will-trample-freedom/> [Consulta:  janeiro de 2011]

[8] Pires 2009, "A Nova Geografia das Redes no Ciberespaço: Impasses na localização geográfica dos servidores da zona raiz da Internet", em: <http://www.cibergeo.org/artigos/Geografia_das_Redes_Anpege2009.pdf > [Consulta:  dezembro de 2010]

[9]  The Guardian <http://www.guardian.co.uk/world/series/us-embassy-cables-the-documents> [Consulta:  dezembro de 2010]

[10] The New York Times <http://topics.nytimes.com/top/reference/timestopics/organizations/w/wikileaks/index.html?scp=1-spot&sq=wikileaks&st=cse> [Consulta:  dezembro de 2010]

[11] El País <http://www.elpais.com/documentossecretos/> [Consulta:  dezembro de 2010]

[12] Le Monde <http://www.lemonde.fr/documents-wikileaks/> [Consulta:  dezembro de 2010]

[13] Der Spiegel  < http://www.spiegel.de/international/topic/wikileaks_diplomatic_cables/> [Consulta:  dezembro de 2010]

[14] Citando alguns: Blog Esquerda.Net  <http://www.esquerda.net/>, Viomundo.com.br <http://www.viomundo.com.br>, Antiwar.com <http://www.antiwar.com> [Consulta:  dezembro de 2010]

[15] The Washington Post  <http://www.washingtonpost.com/wp-srv/special/nation/wikileaks-cable-analysis/?tid=grpromo>[Consulta:  dezembro de 2010]

[16] WikiLeaks 2010, <http://213.251.145.96/Em-telegrama-embaixador-e.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[17] WikiLeaks 2010, <http://wikileaks.ch/tag/BR_0.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[18] WikiLeaks 2010, <http://www.viomundo.com.br/politica/wikileaks-2-855-documentos-sobre-o-brasil.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[19] WikiLeaks 2010, <http://213.251.145.96/Nos-bastidores-o-lobby-pelo-pre.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[20] WikiLeaks 2010, <http://213.251.145.96/A-lista-secreta-de-compras-do.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[21]WikiLeaks 2010, <http://213.251.145.96/EUA-tentaram-usar-Saito-e-Jobim.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[22]WikiLeaks 2010, <http://wikileaks.ch/cable/2010/02/10BRASILIA51.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[23]WikiLeaks 2010, <http://wikileaks.ch/Cablegate-os-relatorios-sobre-o.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[24]WikiLeaks 2010, <http://wikileaks.ch/cable/2009/05/09SAOPAULO317.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[25]WikiLeaks 2010, <http://wikileaks.ch/cable/2005/10/05BRASILIA2692.html> [Consulta:  dezembro de 2010]

[26]WikiLeaks 2010, <http://www.elpais.com/documentossecretos/tema/debate_de_los_transgenicos/> [Consulta:  dezembro de 2010]

[27]WikiLeaks 2010, <http://bits.blogs.nytimes.com/2010/08/18/visualizing-the-wikileaks-war-logs/> [Consulta:  dezembro de 2010]

[28]WikiLeaks 2010, <http://www.collateralmurder.com/> [Consulta:  dezembro de 2010]

[29]No dia 25 de Dezembro de 2010, o Editorial do Jornal The New York Times condenou as retaliações dos EUA ao WikiLeaks, em: <http://www.esquerda.net/artigo/new-york-times-contra-bloqueio-financeiro-%C3%A0-wikileks> [Consulta:  dezembro de 2010]


Recursos digitales

BRENNER, Michael. Washington faz o que condena em autocracias.  [On line]. Huffington Post, 2010, em: <http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/michael-brenner-washington-faz-o-que-condena-em-autocracias.html> ou em inglês in: Obama’s War on WikiLeaks — and Us <http://www.huffingtonpost.com/michael-brenner/obamas-war-on-wikileaks-a_b_797612.htm>. [Consulta:  dezembro de 2010].

CAPEL, Horacio. Geografía en red a comienzos del tercer milenio: para una ciencia solidaria y en colaboración. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de febrero de 2010, vol. XIV, nº 313, en: < http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-313.htm>. [Consulta:  dezembro de 2010].

DITZ, Jason. Militarized Internet will trample freedom Computer network safest in private hands, not government's, [On line]. The Washington Time, 2011, in: <http://www.washingtontimes.com/news/2010/oct/7/militarized-internet-will-trample-freedom/>. [Consulta:  janeiro de 2011].

JINKINGS, Leila. A caça a Julian Assange, via redes sociais: EUA ordenam que Twitter entregue registros de fundador do WikiLeaks. [Em linha], Viomundo, 2011, em: < http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-caca-a-julian-assange-via-redes-sociais.html>. [Consulta:  janeiro de 2011].

MORENO, Javier. Lo que de verdad ocultan los Gobiernos, [En línea] El Pais, 2010, en: <http://www.elpais.com/articulo/internacional/verdad/ocultan/Gobiernos/elpepuint/20101218elpepuint_23/Tes>. [Consulta: dezembro de 2010].

PILGER, John. The War on WikiLeaks. [On line] Antiwar.com, 2011,  in: <http://original.antiwar.com/pilger/2011/01/14/the-war-on-wikileaks/>. [Consulta:  janeiro de 2011].

PIKE, John. Secret Internet Protocol Router Network. [On line] Federation of American Scientist, 2000,  in: <http://www.fas.org/irp/program/disseminate/siprnet.htm>. [Consulta:  janeiro de 2011].

PIRES, Hindenburgo Francisco. Governança Global da Internet: A representação de topônimos de países no ciberespaço. Scripta Nova. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2008,  em: <http://www.ub.es/geocrit/-xcol/415.htm>. [Consulta:  janeiro de 2010].

PIRES, Hindenburgo Francisco. A Nova Geografia das Redes no Ciberespaço: Impasses na localização geográfica dos servidores da zona raiz da Internet. VIII Encontro Nacional da ANPEGE, [Em linha]. Curitiba, Setembro de 2009,  em: <http://www.cibergeo.org/artigos/Geografia_das_Redes_Anpege2009.pdf>.  [Consulta:  dezembro de 2010].

SANTOS, Boaventura Sousa. Wikiliquidação do Império? [Em linha] Esquerda.net, 2010, em: <http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/boaventura-souza-santos-wikiliquidacao-do-imperio.html>. [Consulta:  dezembro de 2010].

WARRICK, Joby. WikiLeaks cable dump reveals flaws of State Department's information-sharing tool. [On line]. Washington Post, 2010, in:  <http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2010/12/30/AR2010123004962.html?wprss=rss_world>. [Consulta:  janeiro de 2011].


© Copyright Hindenburgo Francisco Pires, 2011.
© Copyright Ar@cne, 2011


Ficha bibliográfica:

PIRES, Hindenburgo Francisco. WikiLeaks e Redes Sociais: A publicização de conteúdos da SIPRnet. Ar@cne. Revista Electrónica de Recursos en Internet sobre Geografía y Ciencias Sociales. [En línea. Acceso libre]. Barcelona: Universidad de Barcelona, nº 143, 15 de enero de 2011. <http://www.ub.es/geocrit/aracne/aracne-143.htm>.