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Ar@cne
REVISTA ELECTRÓNICA DE RECURSOS EN INTERNET
SOBRE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona
Nº 145, 1 de abril de 2011
ISSN 1578-0007
Depósito Legal: B. 21.743-98

 

GEOTECNOLOGIAS E DIVULGAÇÃO DO SABER:
NARRATIVA SOBRE A CRIAÇÃO DE PORTAIS DE CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS E MAPOTECA DIGITAL

 

Richarde Marques da Silva

Universidade Federal de Pernambuco

<richarde@geociencias.ufpb.br>

 

Maria de Fátima Ferreira Rodrigues

Universidade Federal da Paraíba

<fatimarodrigues.ufpb@gmail.com>

 

José Yure G. dos Santos

Universidade Federal da Paraíba

<joseyure@hotmail.com>

 

Jefferson José Gonçalves Sales

Universidade Federal da Paraíba

<jeffinhogeo@yahoo.com.br>

 


 

Geotecnologias e divulgação do saber: narrativa sobre a criação de portais de conteúdos geográficos e mapoteca digital (Resumo).

Este trabalho é parte integrante do Projeto “Da paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, desenvolvido no âmbito do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba. Este artigo apresenta dois sites na Internet com o objetivo de disseminar mapas digitais e textos para livre acesso. Os dois sites possuem mais de 1.500 arquivos, incluindo mapas, artigos, dissertações e teses, que podem ser utilizados nos diversos campos da geografia. O principal objetivo dos sites é fornecer mapas digitais e dos textos para uso em vários campos da Geografia e ciências afins. A mapoteca digital possui mapas e fotos, principalmente do Estado da Paraíba e do Nordeste do Brasil. Este trabalho também traz algumas considerações sobre as vantagens da educação a distância em Cartografia para professores de Geografia. Ensino este que não se trata de uma proposta que venha para substituir o ensino em sala de aula, mas, que busque contribuir com o enriquecimento da educação e que possam ajudar nos cursos de Geografia.

 

Palavras chaves: mapoteca digital, Cartografia, Geografia, portais na Internet.



 

Geográfica y la difusión del conocimiento: relato sobre la creación de portales de contenidos geográficos y colección de mapas digitales (Resumen).

 

Este trabajo es parte integrante del proyectoDa paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, desarrollado en el Departamento de Geociencias del Universidad Federal de Paraíba. Este trabajo presenta dos sitios en la Internet creados para la divulgación di mapas digitales y textos de acceso libre. Los dos sitios cuentan con más de 1.500 archivos, como: mapas, artículos, disertaciones e teces, que podrán ser usados en los diversos campos de la Geografía. El objetivo principal de los sitios es poner a disposición la base de datos cartográficos digitales y textos para su uso en muchos campos de la Geografía y ciencias afines. La cartoteca cuenta con mapas e imágenes, principalmente del Estado de Paraíba y el noreste del Brasil. El trabajo tras algunas consideraciones sobre ventajas de enseñanza en la distancia de Cartografía para profesores de Geografía. No se trata de una propuesta que trate de substituir a la educación presencial, pero sí como aporte y contribución a la educación y al enriquecimiento en los cursos de Geografía.

 

Palabras claves: cartoteca digital, Cartografía, Geografía, sitios de la Internet.




Geotechnologies and dissemination of knowledge: narrative about the creation of web sites for geographic content and digital map library (Abstract).

 

This paper is part of the project named Da paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, developed in the Department of Geosciences of the Federal University of Paraiba. This paper presents two web sites created for the dissemination of digital maps and texts for free access. The two web sites have more than 1,500 files, including maps, articles, dissertations and thesis, which may be used in the various fields of Geography. The main purpose of the web sites is to make available the digital cartographic database and texts for use in many fields of Geography and related sciences. The digital map library has maps and pictures, mainly of Paraiba State and northeastern Brazil. The article presents also some considerations about the advantages of distance education in Cartography for Geography teachers. This teaching is not about a proposal that would replace the education in the classroom, but that it would contribute to the education enrichment in order to help the courses of Geography.

 

Key words: digital map library, Cartography, Geography, Internet sites.



 

É consenso entre diversos pesquisadores que as mudanças ocorridas nas formas de divulgação e a organização da informação são de grande relevância para o desenvolvimento material e social da sociedade contemporânea. Também é fato reconhecido que nos últimos anos houve um crescimento extraordinário dos meios de comunicações e dos métodos inovadores de conhecimento (Santos et al., 2008). Esta assertiva nos faz lembrar pesquisadores como Erich Hobsbawm (Heidrich, 2006), quando, analisando o século XX, declara que nos últimos cinquenta anos a humanidade viu inserir em seu convívio mais inovações do que em toda sua história pretérita.

Castells (1999) faz considerações relevantes para se compreenderem os avanços tecnológicos e sua importância também, quando analisa a sociedade em rede e nos apresenta as mudanças que o modelo informacional nos trouxe. Esse modelo possibilita uma reorganização do trabalho, através da integração de diversas unidades, setores gerenciais interativos, equipes responsáveis por ciclos produtivos completos e autônomos, além da ênfase na utilização intensiva de informações. No modelo informacional, a informação e o conhecimento desempenham papel central na organização do processo de educação.

Compreendendo a importância da sistematização e divulgação do conhecimento da Cartografia para a ciência geográfica, neste trabalho são apresentadas algumas considerações sobre formas e vantagens do ensino de Cartografia a distância, bem como a divulgação de mapas, imagens e textos sobre diversos temas da Geografia, dispostos em portais na Internet, como forma de auxiliar professores no processo ensino-aprendizagem de Geografia e de Cartografia.

Vale destacar que, devido aos avanços dos meios de comunicação, é possível a implementação do ensino a distância, em todas as escalas geográficas. No Brasil, algumas instituições de ensino superior têm investido em projetos que visam a oferta de cursos a distância. O próprio Governo Federal implantou no ensino médio e nas IFES alguns programas que têm contribuído para melhorar a qualificação profissional docente e discente. Essas iniciativas podem ser conhecidas através do portal do MEC <http://portal.mec.gov.br/seed/index.php>, além dos portais de ensino a distância disponibilizados nas próprias IFES utilizando-se do software livre Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle).

Cabe registrar também o crescimento da oferta de cursos de graduação oferecidos pelo Sistema UAB. A Universidade Aberta do Brasil, criada pelo Decreto Nº 5.800, de 8 de Junho de 2006 <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf>, dirigida às mais diversas formações e níveis de escolaridade, ampliando tanto as possibilidades de formação do quadro docente pelos interiores do Brasil, quanto qualificando novos profissionais em atendimento às demandas do mercado de trabalho[1].

 

A despeito das controvérsias que o ensino a distancia tem despertado e da relevância desse debate, não é nossa intenção entrar no mérito de suas controvérsias. Antes queremos tecer algumas considerações em relação às vantagens do uso da Internet e de suas ferramentas como sites, blogs, textos digitais, buscadores, capazes de serem utilizados no aperfeiçoamento do ensino presencial e a distância, especialmente em áreas como a Cartografia. Em nenhum momento entendemos que o uso dessas ferramentas possa substituir a educação presencial, mas sim contribuir com a educação presencial, preenchendo as lacunas que possam existir nos cursos de Geografia, já que alguns destes cursos destinam poucas horas de sua carga horária para as disciplinas de Cartografia (Di Maio e Setzer, 2005).

Segundo Luckesi (2007, p.11), “o ensino a distância constitui-se numa opção de procedimento da ação educativa, ou seja, numa alternativa de mediação na construção de uma sociedade culta, crítica e civilizada”. O ensino a distância, a depender do objetivo político, da ciência e dos recursos metodológicos que lhe dão forma, possibilita, como outros modos de ensino, a aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e a formação de hábitos (Silva e Egler, 2003).

No que concerne aos conhecimentos cartográficos, Popp (2000) propôs implementar o ensino de Cartografia a distância, para professores do ensino fundamental. Nesse estudo o autor ressalta a importância do ensino de Cartografia nas aulas de Geografia, e também ressalta que o ensino a distância não deve substituir ou concorrer com a educação presencial, mas sim dar-lhe continuidade, comunicando as novas idéias, informações, conhecimentos e materiais didático-pedagógicos, provendo recursos e meios para melhor desempenho dos professores.

A Cartografia é portadora de conhecimentos importantes e necessários para a formação dos professores de Geografia (Sampaio et al., 2005). O conhecimento cartográfico possibilita uma maior compreensão e interpretação dos mapas, e os professores de Geografia devem ser bem capacitados, para que possam trabalhar os produtos cartográficos de maneira adequada em sala de aula, e desta forma, possam proporcionar aos alunos uma maior compreensão e aprendizado dos conteúdos geográficos e cartográficos.

A linguagem cartográfica é uma das formas que, indubitavelmente, deve ser utilizada no ensino, pois representa a territorialidade dos diferentes fenômenos, razão de ser da própria ciência geográfica. Segundo Abreu e Carneiro (2006) a educação cartográfica é um processo de construção de estruturas e conhecimentos favorecedores da leitura e interpretação de mapas. Essa assertiva nos leva a lembrar que a construção e a interpretação de mapas resulta em produtos e formas de comunicação, com códigos e linguagens próprias, cujas mensagens demandam leitura e interpretação.

Em face disso, pode-se dizer que o ensino de Cartografia na Geografia já não pode funcionar sem articulação e deve possuir dinâmicas mais amplas, que extrapolam a sala de aula. Dizendo isso, não se espera que o uso de ferramentas disponibilizadas na internet seja a panacéia para todas as dificuldades que a educação geográfica vivencia. Mas, a incorporação de inovações tecnológicas pode contribuir para o aperfeiçoamento do debate em tela, reconhecendo que a existência de um espaço virtual, mediado ou potencializado por novas tecnologias da informação e da comunicação podem dinamizar o ensino de Geografia, tanto em suas modalidades presenciais, como nas virtuais (Silva e Egler, 2003).

Abreu e Carneiro (2006), em uma pesquisa sobre a educação cartográfica em escolas no Estado de Pernambuco, Brasil, constataram a falta de conhecimento dos professores de Geografia nos temas de Cartografia. Esse despreparo acarreta distorções no uso dos documentos cartográficos como meio de comunicação, uma vez que o mapa perde sua importância ora por não ser trabalhado, ora por ser manuseado sem o devido entendimento, perdendo assim o contexto da comunicação. Neste sentido deixamos a indagação: afinal, como pode um professor passar às crianças um conhecimento que não adquiriu?

Ainda de acordo com Abreu e Carneiro (2006), uma das principais causas do “analfabetismo cartográfico”, é a deficiência nas matrizes curriculares que formam professores de Geografia. Como entender um curso que forma professores de Geografia, possuir quase 3.000 horas e existirem faculdades e universidades que contemplam a matéria Cartografia com apenas 60 ou 120 horas? Como resultado, professores de Geografia são formados sem uma habilidade necessária para a transmissão dos conteúdos cartográficos, e irão aumentar o contingente de educandos com deficiência de conhecimentos cartográficos no ambiente escolar.

Uma das principais causas desse despreparo dos professores de Geografia, em relação ao ensino de Cartografia, são as lacunas existentes tanto na própria formação acadêmica quanto na falta de produtos cartográficos para serem trabalhados de forma interativa e didática.

Uma das maneiras encontradas para minimizar esse problema é a disponibilização de portais e mapotecas digitais na Internet, voltados para a divulgação de material geográfico e, sobretudo, produtos cartográficos, que despertem cada vez mais o interesse de professores e alunos sobre a Cartografia.

 

Geotecnologias e Geografia: um debate necessário

Na sociedade atual, em sua diversidade de grupos de interesse, a informação e o uso de geotecnologias desempenham um papel muito importante no processo ensino-aprendizagem de Geografia, resultando na incorporação dessas geotecnologias, pelos profissionais da área, em ganhos que demonstram ser a posição que ocupa cada profissional, produto do conhecimento que conseguiu desenvolver ou construir.

As iniciativas que visam à democratização e a universalização do acesso às Tecnologias da Informação são denominadas de Inclusão Digital. A utilização dessas tecnologias informacionais cria novas possibilidades, oferecendo ao professor recursos didáticos e áudio-visuais capazes de auxiliá-lo na sistematização dos conhecimentos dos alunos. cientpensmento compreeense diferents modos de representaa cipal das mudanogia para o futuro No caso do estudo geográfico, o uso das tecnologias da informação ocorreu no final da Segunda Guerra Mundial, quando mudanças significativas aconteceram nas abordagens dessa ciência exigindo um redimensionamento de seus conteúdos.

Esse período foi o marco do surgimento de uma nova corrente geográfica chamada, nos países de língua inglesa, de “New Geography”, e no restante do mundo de “Geografia Quantitativa” ou “Geografia Pragmática”. A Nova Geografia defendida pelos seus propositores opunha-se à Geografia Tradicional, considerada por eles uma não Geografia. Segundo Moraes (1981, p.100), “os autores pragmáticos vão propor uma ótica prospectiva, um conhecimento voltado para o futuro, que instrumentalize uma Geografia aplicada. Desta forma, seu intuito geral é o de uma “renovação metodológica”, o de buscar novas técnicas e uma nova linguagem, que dê conta de novas tarefas postas pelo planejamento”.

Com o advento das geotecnologias, como o Sensoriamento Remoto e os Sistemas de Informação Geográfica, uma nova renovação metodológica passou a ser incorporadas no cotidiano escolar. Imagens de satélite de alta resolução disponíveis como, por exemplo, no Google Earth (Equipo Urbano, 2007) e mapas temáticos são produtos valiosos para manipular a informação espacial e auxiliar no ensino-aprendizado de Geografia. Segundo Gonçalves et al. (2007) “os usos escolares dos produtos e técnicas de Sensoriamento Remoto de alta resolução apresentam-se como recurso para o processo de discussão/construção de conceitos geográficos pelos alunos. Através desta ferramenta, podemos verificar suas possibilidades de uso em diferentes âmbitos do ensino de geografia”.

O uso frequente das geotecnologias desmistifica a ideia de que tecnologias de ponta, como imagens de satélite e técnicas de SIG, sejam algo incompatível com a rotina escolar. Ao contrário, o uso de tecnologias dessa natureza, como recurso didático, amplia o universo de conhecimentos, possibilitando ao mesmo tempo uma leitura mais ampliada sobre o mundo e enriquecendo as formas de representação da realidade. A utilização do computador na sala de aula, por exemplo, passa a ser um instrumento motivador, tanto para os educadores, como para os alunos, já que o mesmo possibilita a busca diária de informações, troca de ideias e utilização de diferentes técnicas e estratégias educacionais. O uso dos instrumentos e das ferramentas citadas ao longo deste artigo possibilitam correlacionar os conteúdos estudados em sala de aula com a realidade, proporcionando uma aprendizagem real e significativa.

Foi partindo dessa compreensão que nos motivamos a narrar neste artigo os resultados obtidos no Projeto: “Da paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, cujos resultados buscam suprir demandas dos alunos da área de Geografia, e também das diversas disciplinas que necessitam produzir mapas e buscam bases espaciais digitais. Deve-se ressaltar que, com a constante popularização das geotecnologias em outras ciências, a procura por mapas digitais se alastra para usuários além da esfera geográfica, como: (a) Geologia, (b) Biologia, (c) Engenharia, (d) Arquitetura, (e) Estatística, (f) História, entre outras (Vianna e Neves, 2004).

O propósito deste trabalho foi divulgar a produção de mapas digitais pela Internet, a partir da construção de um banco de dados composto por arquivos vetoriais e imagens matriciais na Mapoteca Digital Humboldt (Vianna e Neves, 2004). O conteúdo da Mapoteca Digital foi ampliado e atualizado, e junto com um sistema de identificação e de busca, permite aos usuários uma maior visualização dos arquivos disponíveis. Assim, a produção e a divulgação de mapas digitais pela Internet revela-se como um importante instrumento de pesquisa e auxílio na divulgação e na construção do saber geográfico, para a realização de trabalhos e projetos na Geografia e áreas afins.

 

Considerações sobre os Resultados Obtidos

Este trabalho apresenta resultados obtidos no Projeto de pesquisa: “Da paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, desenvolvido de 2004 a 2007 em parceria com o Laboratório e Oficina de Geografia da Paraíba (LOGEPA) <http://www.geociencias.ufpb.br/logepa> e com o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Projetos em Análise Espacial (LEPPAN) <http://www.geociencias.ufpb.br/leppan>. No conjunto dos trabalhos realizado reestruturamos a Mapoteca Digital Humboldt e desenvolvemos dois portais, além de uma mapoteca e uma biblioteca digital voltados para a divulgação de um acervo cartográfico e textos geográficos.

A denominação “Mapoteca Digital Humboldt”, é uma homenagem ao naturalista e geógrafo Alexander von Humboldt considerado um dos principais fundadores da geografia moderna que por seu espírito aberto às inovações propiciou novas leituras da paisagem, principalmente no meio tropical (Vianna e Neves, 2004).

Em algumas empresas do ramo de documentação em geral, o termo mapoteca digital é apresentado como o simples armazenamento de desenhos físicos e arquivos digitais, com gerenciamento eletrônico de documentos, permitindo a localização de arquivos, que não são necessariamente mapas. No caso da Mapoteca Humboldt são disponibilizadas bases cartográficas digitais, que podem ser utilizadas nos diversos campos da Geografia e ciências afins.

Na reestruturação realizada na Mapoteca Digital Humboldt, os usuários podem navegar pelo sítio de maneira a visualizar todo o conteúdo da mapoteca, pois os arquivos que compõem o acervo estão estruturados de modo a possibilitar uma fácil navegação no conjunto das informações, tornando a consulta aos arquivos rápida e fácil. Toda a base digital foi atualizada e os temas mais sugeridos por alunos e professores, conforme nos indicou a pesquisa direta que realizamos, foram escolhidos para integrar a Mapoteca Digital.

 

A Mapoteca Digital vem sendo acessada por diversos usuários que buscam informações espaciais das mais diversas, como: (a) Cartas topográficas da SUDENE do Estado da Paraíba, (b) imagens aéreas panorâmicas de toda a cidade de João Pessoa, (c) fotografias aéreas para estereoscopia de parte da cidade de João Pessoa, (d) diversos mapas temáticos de localização do Nordeste, do Brasil e da Paraíba, (e) Atlas Geográfico digital da Paraíba com informações sobre clima, relevo, geologia, tipos de solo, divisão municipal, pluviosidade, insolação e temperatura, (f) imagens de satélite, (g) divisões estaduais e municipais da Paraíba, Região Nordeste e Brasil, entre outros. Essas bases espaciais são utilizadas para diversos fins, e entre os mais destacados estão a construção de mapas de localização, uso e ocupação do solo e modelos de elevação do terreno. Todos esses arquivos estão disponíveis em vários formatos (jpg, tif, shp, dxf, dwg e cdr).

 

O portal de apoio ao ensino de Geografia, a Mapoteca Digital Humboldt (Figura 1), encontra-se disponível no endereço eletrônico: <http://www.geociencias.ufpb.br/leppan/mapoteca>.

 

Figura 1. Vista da página principal da Mapoteca Digital Humboldt.


Fonte: Laboratório de Ensino, Pesquisa e Análise Espacial (LEPPAN),
<http://www.geociencias.ufpb.br/leppan/mapoteca>.

 

No que tange ao uso desse portal, professores e alunos de todos os níveis das mais diversas áreas do conhecimento são encorajados a acessarem a Mapoteca Digital, para conhecer o conteúdo disponível e ter a Mapoteca Digital como fonte de referência para obtenção de bases espaciais que podem ser utilziadas nas atividades escolares e/ou profissionais. Ainda existe a opção de qualquer usuário enviar seu arquivo digital para compor o banco de bases espaciais da Mapoteca Digital. Esse procedimento é realizado da seguinte maneira: o usuário envia seu arquivo por mensagem eletrônica para leppan@geociencias.ufpb.br, o arquivo passa por uma verificação de consistência dos dados e então é disponibilizado na Mapoteca Digital.

 

Outro objetivo do estudo foi criar a Biblioteca Digital Manuel Correia de Andrade, que disponibiliza: (a) monografias, (b) artigos científicos, (c) dissertações de mestrado, e (d) teses de doutorado, todos ligados ao ensino e pesquisa de Geografia, que podem servir como passo inicial para a realização de outros trabalhos. Deve-se ressaltar que todo o material disponível tanto na mapoteca digital quanto na biblioteca digital pode ser acessado gratuitamente. Neste portal, ainda há a possibilidade de interessados divulgarem seus trabalhos, enviando seus textos para publicação na página. Os textos são recebidos e avaliados por uma Comissão Científica, que julga a qualidade e a relevância do estudo e se os princípios éticos foram respeitados.

A Biblioteca Digital Manuel Correia de Andrade encontra-se disponível no endereço eletrônico: <http://www.geociencias.ufpb.br/logepa/biblioteca>. A biografia de Manuel Correia de Andrade é vasta e demasiadamente rica no que tange a suas contribuições para a ciência geográfica no Brasil. Sua trajetória teve início na política estudantil. Foi autor de numerosos livros, dentre os quais o mais conhecido é “A Terra e o Homem no Nordeste”, considerado em 1999 pela câmara Brasileira do Livro, como um dos 100 mais importantes do século XX. Manuel Correia de Andrade é detentor de inúmeras comendas e condecorações, entre elas a do Mérito Nacional Científico, recebida em 2000. Nos seus últimos trabalhos, como bolsista do CNPq desenvolveu uma pesquisa sobre “A Construção do Pensamento Geográfico no Brasil”.

 

Figura 2. Vista da página principal da Biblioteca Digital Manuel Correia de Andrade.


Fonte: Laboratório e Oficina de Geografia (LOGEPA),
<http://www.geociencias.ufpb.br/logepa/biblioteca>.

 

As experiências presenciadas ao longo do desenvolvimento deste estudo e em sala de aula nos permitem afirmar que o uso de programas informacionais que dão suporte às atividades didático-pedagógicas de Geografia motiva e facilita o trabalho tanto de educadores quanto de alunos, visto que essas ferramentas possibilitam a construção e ampliação de informações além de revelarem aspectos da realidade antes difíceis de serem alcançados.

Segundo Gómez e Pérez (2009) todos os dias necessitamos de formação e informação para a realização de nossas atividades. Nesse sentido, os portais educativos na Internet oferecem informações variadas e multidisciplinares sobre os diversos aspectos relacionados ao exercício de atividades de ensino e pesquisa. Esses portais podem constituir-se, portanto, em fontes seguras de informações para professores e alunos, contribuindo assim com a qualificação docente e com o aprimoramento do saber em geral. Também em diversas ocasiões se mostram como espaços de divulgação de experiências educativas de grande interesse, contribuindo para a divulgação de inovações educativas de diversos tipos.

 

Considerações finais

Conclui-se do exposto que o ensino de Cartografia a distância para professores de Geografia pode ser um recurso de grande relevância na educação presencial, nos cursos de formação de professores e para o ensino de Cartografia e de Geografia.

A Educação a distancia pode atuar no preenchimento das lacunas existentes nos cursos de formação de professores, pois alguns desses cursos possuem uma carga horária presencial muito pequena destinada às disciplinas da área de Cartografia, além disso abre inúmeras possibilidades para o uso de atividades práticas usando mapas digitais no processo ensino-aprendizagem de Geografia nos ensinos fundamental e médio. O acesso a essas informações permite que esses recursos ajudem os profissionais da área de educação, em particular da Geografia, na melhoria da qualidade do ensino em sala de aula.

 

Recursos eletrônicos

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Recursos bibliográficos

CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

MORAES, A. C. R. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Hucitec, 1981.

 

Notas


[1] Cf Universidade Aberta do Brasil <http://www.uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=18>

 


[Edición electrónica del texto realizada por Jeffer Chaparro y Daniel Santana Rivas].


© Copyright
Richarde Marques da Silva, Maria de Fátima Ferreira Rodrigues, José Yure G. dos Santos, Jefferson José Gonçalves Sales, 2011.
© Copyright Ar@cne, 2011.

Ficha bibliográfica: 

MARQUES DA SILVA, Richarde; FERREIRA, Maria de Fátima; DOS SANTOS, José y GONÇALVES, Jefferson. Geotecnologias e divulgação do saber: narrativa sobre a criação de portais de conteúdos geográficos e mapoteca digital. Ar@cne. Revista electrónica de recursos en Internet sobre Geografía y Ciencias Sociales. [En línea. Acceso libre]. Barcelona: Universidad de Barcelona, nº 146, 1 de abril de 2011. <http://www.ub.es/geocrit/aracne/aracne-146.htm>.



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