Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona.
ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. IX, núm. 194 (93), 1 de agosto de 2005

 

USOS DO CADASTRO TÉCNICO MUNICIPAL NA FORMULAÇÃO E EXECUÇÃO DA POLÍTICA URBANA NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

 

Pedro Alves De Oliveira

Professor Assistente da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas

Coordenador do Setor de Informática da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte - PRODABEL

E- mail: pedro@pbh.gov.br

 


Usos Do Cadastro Técnico Municipal Na Formulação E Execução Da Política Urbana No Município De Belo Horizonte (Resumo)

Belo Horizonte (BH), capital do estado de Minas Gerais, é uma cidade que nasceu planejada para uma realidade de fins do século XIX. É também uma das cidades pioneiras, no Brasil, no uso de tecnologias de geoprocessamento em Cadastro Técnico Municipal (CTM). O ciclo de vida do Sistema de Informação Geográfica (SIG) em BH iniciou na década de 90, tendo como premissa a identificação das informações de maior interesse do município, para a elaboração de políticas públicas estrategicamente prioritárias. A partir de então, um acervo cartográfico de qualidade permitiu a readequação dos dispositivos legais e tributários – lei de uso e parcelamento do solo, licenciamento de atividades para comércio, indústria e serviços. Sobretudo, permitiu definir novos parâmetros para a relação cidadão – municipalidade, a partir da localização geográfica das demandas. Melhorando a qualidade dos dados disponíveis, pode-se obter justiça fiscal e tributária no uso do solo, que passa a ser mapeado de forma sistemática e precisa. Fotos aéreas têm papel importante nesse monitoramento de padrões populacionais e sócio-econômicos. A integração de ações em diversas frentes, com intervenções adequadas do poder público, pode ser utilizada para o aprimoramento das ações em favor de uma melhor qualidade de vida urbana. A ampliação da atuação das instituições públicas também pode se dar a partir do planejamento geográfico, suportado por bases de dados adequadas. Finalmente, amplos segmentos da sociedade tem podido se beneficiar dessa experiência de uso das tecnologias, extensível a cidades de características similares.

 

Palavras-chave: Cadastro Técnico Municipal, Sistema de Informações Geográficas, Geoprocessamento, Informação Urbana.


Using Cadastral Mapping in Urban Politics Formulation and Execucion in Belo Horizonte City Municipality (Abstract)

Belo Horizonte (BH), capital of Minas Gerais state, is a city planned for the XIX century’s end reality. It is also one of the first cities in Brazil in geoprocessing technologies use for Cadastral Mapping. The life cycle of Geographic Information System (GIS) in BH city began in the 90’s, when the most important information for strategic public policies prioritization was defined. Since then a high quality cartographic collection made possible for the local government to do necessary changes in legal and tributary controls – parcel map law, business, services and industry activities licensing. Mainly, it was possible to define new parameters in the municipality – citizen relations, since the population claims have geographic location. Bettering the available data quality may assure justice in taxes charging relative to the soil use, once it becomes systematically and precisely mapped. Aerial photos also have an important role in monitoring of population and socio-economical patterns. Integrated actions in several ways, associated with correct public interventions, can lead to important actions in the direction of better urban life quality. The broadening of public institutions actuation can be either achieved by geographic planning, supported by adequate databases. Several social groups can achieve the benefits of this technologies use experience that we hope can be extended to other cities with similar characteristics.

 

Key words: Cadastral Mapping, Geographic Information System, Geoprocessing, Urban Information.


 

Breve Visão da Gestão Municipal no Brasil Contemporâneo

 

O poder político brasileiro é exercido em três níveis distintos, bem delimitados – municipal, estadual e federal. São esferas de poder autônomas, que se organizam administrativa, legal e politicamente. Por se tratar de uma república federativa, existe entre esses três níveis de poder, uma separação de competências constitucionalmente garantida e exercida na prática. Por exemplo, embora o município não possa legislar contradizendo a constituição federal em algum de seus artigos, ele pode transcender as definições constitucionais e implementar seus próprios mecanismos de exercício das funções que lhe são delegadas, dentre as quais a Constituição Federal destaca (BRASIL, 1988) “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local...”

 

A Lei Orgânica é o principal instrumento que rege o funcionamento dos municípios, devendo ser elaborada e aprovada em cada instância municipal que compõe a federação. A Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte (BELO HORIZONTE, 1990, p. 7) destaca, no art. 1º, que: “O município de Belo Horizonte integra, com autonomia político-administrativa, a República Federativa e o Estado de Minas Gerais”. Essa autonomia permite a formulação de legislação municipal própria e a arrecadação de tributos em nível local, tais como: Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), relativo à posse da terra e de imóveis e Imposto Sobre Serviços (ISS), devido pelos prestadores de serviços.

 

Os principais serviços delegados ao município, de acordo com o texto constitucional e a prática vigente, são:

 

·                 Responsabilidade sobre a educação fundamental (primeira à oitava série);

 

·                 Assistência à saúde básica do cidadão;

 

·                 Promoção de programas de construção de moradias populares;

 

·                 Provimento de “adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano” (BRASIL, 1998). Aí se incluem o uso e manutenção do espaço urbano: aprovação de projeto, edificação e licenciamento de construções particulares e coletivas, além da concessão de uso comercial e industrial do território;

 

·                 Cuidados com a preservação ambiental e a qualidade do meio-ambiente;

 

·                 Promoção da exploração ou licenciamento e uso adequado dos meios de transporte coletivos (ônibus, táxis, transporte escolar);

 

·                 Proteção e cuidado com o patrimônio histórico, artístico e cultural;

 

·                 Saneamento básico.

 

O Brasil é um país onde historicamente o município tem papel importante na vida do cidadão. Sendo a instância de governo mais próxima do dia-a-dia das pessoas e tendo uma característica mais uniforme em relação à realidade de outros países, que diversificaram os modelos de distribuição territorial em nível local. Pode o município ser constituído ao mesmo tempo por espaços urbanos e áreas rurais. Observa-se que nessas circunstâncias o espaço urbano, a cidade, é a arena privilegiada onde os fatos do cotidiano acontecem e são percebidos pelos seus habitantes, que assim se relacionam com o nível local de governo de forma muito mais intensa que o fazem com as outras esferas (estadual e federal). O aprofundamento dessa percepção pode ser observado através de dois fatos do cotidiano das pessoas, relatado por Oliveira (2000):

 

Alto nível de cobrança de serviços e projetos dos cidadãos em relação à municipalidade: Este fato tem sido percebido e enfrentado por todas as administrações municipais, principalmente aquelas que propiciam mais espaço para participação popular. Afinal, quem senão o próprio morador de uma região da cidade pode melhor caracterizar as necessidades de intervenção do poder público naquela região?

 

Maior facilidade de acesso aos representantes políticos eleitos do município (vereadores, prefeitos, líderes locais). Esses homens públicos, pela proximidade geográfica de seus eleitores e apoiadores, se tornam uma referência local para os cidadãos, que se sentem distantes dos poderes de nível maior – estado e governo federal. Quando se adota alguma forma de participação popular (orçamento participativo[i], por exemplo), conforme descrito no tópico anterior, essa realidade acaba se tornando dialética, surgindo pessoas na comunidade que funcionam como referências para os outros moradores e que acabam por postular cargos políticos;

 

Oliveira (2000, p. 67) descreve que há uma dicotomia entre poder e capacidade de mobilização colocada para os gestores municipais, destacando que as importantes atribuições do município na vida dos cidadãos não são acompanhadas por mecanismos que permitam ao povo exercer o poder que a principal lei municipal lhe outorga (Belo Horizonte, 1990, art 2º), “Todo o poder do município emana do povo, que o exerce por meio de seus dirigentes eleitos, ou diretamente, nos termos da Constituição da República e desta Lei Orgânica”. Apoiando-se na literatura para descrever essa situação, o autor descreve algumas experiências brasileiras de tentativa de aproximação entre poder público e cidadão, que acabavam por gerar demandas ainda maiores de serviços públicos.

Outra questão que o autor levanta diz respeito ao papel do planejamento como ferramenta indispensável para gestão pública, em todos os níveis. Em termos municipais, é possível planejar de forma realista e eficaz fazendo uso de um modo de governar mais participativo, em que a população ajuda a identificar demandas e buscar soluções, ao mesmo tempo compondo um orçamento público adequado à situação econômico-financeira e social da cidade. Infelizmente, não é usual adotar-se uma postura agressiva em termos de planejamento no Brasil por vários motivos. Este trabalho pretende destacar algumas vantagens da utilização do geoprocessamento como ferramenta adequada e indispensável para gestão municipal, permitindo planejamento e execução de uma série de serviços devidos pelos órgãos municipais. Serviços nas áreas de saúde, educação, trânsito, regulação urbana, licenciamento de atividades comerciais e industriais e saneamento, dentre outros, são totalmente dependentes de uma referência geográfica.

 

Perguntas pertinentes se colocam, de característica eminentemente geográfica, como:

 

·                 Onde é mais adequado instalar postos de saúde e escolas?

 

·                 Como prover acesso dos cidadãos a esses serviços?

 

·                 Como alocar os alunos às escolas mais próximas?

 

·                 Como sair de um lugar A e chegar a um lugar B?

 

·                 Que linha de ônibus atende a um determinado trajeto?

 

·                 É possível edificar prédios residenciais em determinada área?

 

·                 O bairro onde um cidadão pretende morar é oficial (legalmente registrado)?

 

·                 A ocupação de uma área está de acordo com os padrões urbanísticos e ambientais vigentes?

 

·                 Que tipo de comércio pode ser instalado numa determinada região da cidade?

 

·                 Qual é o percentual da cidade servido de saneamento?

 

·                 Como se estruturam as redes de água e esgoto?

 

 

·                 Qual é a qualidade de vida e que tipo de lazer se oferece aos cidadãos de cada região?

 

Também pode-se fazer cruzamentos de informações de modo a melhorar as análises de necessidades de investimentos e identificar problemas de infra-estrutura ou atendimento às necessidades básicas da população. São análises cruzadas do tipo:

 

·                 Que percentual de pessoas residentes em áreas não atendidas por redes de água e esgoto possuem problemas de saúde?

 

·                 Onde se deve investir o maior volume de recursos na construção de unidades educacionais para enfrentar o problema da baixa taxa de alfabetização?

 

·                 Que tipo de hospital público um bairro de periferia demanda? Qual é o volume previsto de atendimentos?

 

·                 Onde implantar uma nova linha de ônibus?

 

·                 Como melhorar o fluxo do trânsito numa determinada região?

 

Todas essas questões são passíveis de solução com o uso de ferramentas de informática na geografia, ou seja, ferramentas de geoprocessamento. Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são conjuntos de hardware, software e pessoas especializadas, que juntos promovem o desenvolvimento sistêmico desses aspectos, permitindo o planejamento geograficamente elaborado, de modo a garantir a melhor distribuição territorial dos recursos públicos, que são limitados.

 

Na seção seguinte será abordado o uso do geoprocessamento e dos SIGs em empresas municipais, sendo posteriormente abordado, neste artigo, o caso da cidade de Belo Horizonte.

 

Um Pouco da História e Características Sócio-Econômicas do Município de Belo Horizonte

 

Um dos mais importantes municípios brasileiros, a capital do estado de Minas Gerais é a quarta cidade do país em população, contando com uma população, de acordo com o último censo (2000), de 2.238.526 habitantes. A densidade populacional é de 6.763 hab/ km2. Na região metropolitana vivem quase 4 milhões de pessoas. A área total do município é de 330 km2, ocupados por uma população que vive exclusivamente em zona urbana, embora ainda haja algumas poucas áreas remanescentes de antigas fazendas, que não chegam a caracterizar uma área rural na acepção do termo.

 

Delimitado pelas latitudes 19º 46’ 35” e 20º 03’ 34” sul e pelas longitudes 43º 51’ 27” e 44º 03’ 47” a oeste de Greenwich, o município tem altitude média de 852 m. As menores altitudes estão a nordeste, entre 650 e 750 metros e as maiores altitudes são de aproximadamente 1500 metros, no topo da Serra do Curral. A temperatura média anual é de 20,5º C.

 

O Produto Interno Bruto (PIB) foi de R$21.243.167.000,00 em 2000, resultando num PIB per capita de R$9.527,40. O orçamento para 2005 é de R$3.597.425.670,00. Existem 200 vilas e favelas, com um total de aproximadamente 450 mil pessoas, além de 60 mil pessoas morando em áreas de risco de desabamento, enchentes e outros acidentes naturais. O índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de acordo com a metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU), é de 0,839.

 

A figura 1 mostra a localização do município no estado e no país e a figura 2 os limites dos municípios da região metropolitana. Observa-se que, tratando-se de uma metrópole regional cuja posição é central em relação ao estado, constitui rota de passagem para migrantes que saem de regiões próximas à procura de emprego, num fenômeno semelhante ao que acontece com a cidade de São Paulo em nível federal. Parte desse fluxo migratório não consegue emprego formal, indo fixar residência em vilas e favelas, normalmente localizadas em encostas de morros com alto risco de desmoronamento na época de chuvas.

 


Figura Nº1

Mapa político do Brasil

 (fonte: http://www.brasilchannel.com.br/capitais/ )

 


Figura Nº2

Limites do Município de Belo Horizonte

(Fonte: www.vivercidades.org.br)

 

Segundo dados divulgados pelo site da prefeitura (www.pbh.gov.br), o município  experimentou na segunda metade do século XX, assim como várias outras capitais brasileiras, um rápido crescimento populacional que degradou a qualidade de vida da população e trouxe problemas de falta de saneamento, e outras infra-estruturas. De fato, a população do município em 1912 estava na faixa de 40.000 habitantes, com 70% deste número residindo em subúrbio e colônias Agrícolas, fora da área planejada pela Comissão Construtora como Zona Urbana. Este número de habitantes salta para 115.000 em 1935 e, no início da década de 50, atinge os 690.000. Porém, é a partir de então que se inicia o maior crescimento populacional, com a chegada de migrantes de diversas partes do estado e do país, à procura de emprego. Ao chegar na década de 80, a capital atinge a marca de 1,7 milhão de habitantes, superando os 2,1 milhão em 1995 e continuando a aumentar até atingir o contingente atual. Ao longo das últimas décadas, tem-se observado que, de maneira contínua e progressiva, ocorre a degradação das condições de vida dos moradores, agravada por grandes diferenças entre a porção mais rica e a mais pobre e uma verticalização no uso do solo, com o conseqüente adensamento populacional. Esses fatores, juntamente com o uso desordenado dos recursos naturais, criam sérios impactos ambientais.

A figura 3 apresenta um mapa com a evolução da ocupação territorial da cidade, onde fica evidente a expansão populacional a partir do centro, em direção à periferia. As manchas mais escuras indicam as regiões que foram ocupadas primeiramente:

Figura Nº3

 Evolução da ocupação da cidade de Belo Horizonte (fonte: Plambel, 2000)

 

Segundo a ONG Vivercidades (2005) existem alguns traços estruturais que Belo Horizonte apresentava na inauguração e que acabaram por determinar sua geografia sócio-econômica até hoje. A cidade se encontra dividida em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural. Foram planejadas e criadas colônias agrícolas compostas de chácaras que funcionavam como um cinturão verde, abastecendo a cidade de hortifrutigranjeiros. Na área urbana bairros de características luxuosas foram construídos para os altos funcionários, sendo separados dos bairros operários. Existe um bairro de classe média-alta, chamado Funcionários.

A industrialização no município surgiu nas primeiras décadas do século XX, com uma predominância inicial de fábricas de tecidos. Era baseada em pequenas e médias plantas. A cidade apresentava, já nos primeiros anos, vocação para os serviços, voltados para atender às necessidades do rol de funcionários públicos que a habitavam.

 

A deficiência dos serviços de infra-estrutura acabou surgindo, causada pelo sub-dimensionamento desses serviços e pela rápida expansão populacional de uma cidade criada para ser um lugar elitista, separando funcionários do Governo e as elites (que tinham posses para adquirir lotes) do restante da população. Era objetivo dos construtores desalojar e retirar os operários responsáveis por erguer a cidade, ao término de sua construção. Porém, com o atraso na finalização das obras acarretado pela falta de dinheiro, surgiu o primeiro problema social da nova capital - o início da exclusão social.

 

 

Aspectos Urbanísticos e Arquitetônicos

 

Vivercidades (2005) descreve Belo Horizonte como uma cidade cujo traçado foi baseado no que havia de mais evoluído em urbanismo, à época. Construída para ser a capital do estado de Minas Gerais em substituição à histórica Ouro Preto colonial, cidade de ruas estreitas e ladeiras íngremes do século XVIII, o antigo povoado de Curral Del Rey foi escolhido para sediar a nova capital pela localização estratégica e acesso aos recursos naturais. Concebida segundo o ideal de cidade republicana, foi projetada sob inspiração neoclássica. O projeto urbanístico-arquitetônico, elaborado em fins do século XIX, apresentava forte influência européia, predominantemente da escola francesa, contando ainda com inspiração dos traçados de Paris e Washington. A inauguração da nova capital se deu em 12 de dezembro de 1997.

 

O plano urbano foi concebido pelo chefe da Comissão de Construção da Nova Capital, engenheiro Aarão Reis. A zona urbana da cidade foi geometricamente traçada, com ruas paralelas e avenidas ortogonais delimitadas por praças e muitas áreas verdes, como pode ser visto num antigo mapa apresentado na figura 4. Essa característica lhe trouxe mais tarde a alcunha de cidade jardim. O traçado na forma de tabuleiro de xadrez era completamente circundado pela avenida do Contorno, funcionando como uma muralha imaginária da cidade. A previsão inicial era que a capital abrigasse, no máximo, cem mil habitantes.

 

Porém, criada com a finalidade de ser a capital administrativa do estado, a expansão populacional seria inevitável, à medida que a administração pública se expandia e a população do estado também crescia.


Figura Nº4

Mapa de 1959

 (fonte: www.pbh.gov.br)

 

No projeto original, a área central da cidade era seu coração administrativo. Nele ficavam o palácio de governo e os prédios oficiais, em estilo eclético com ornamentação art nouveau. Outros pontos de referência importantes eram a igreja Matriz da Boa Viagem, o Parque Municipal, praticamente a única área de lazer disponível então e o Mercado Central.

 

Artistas de diversas nacionalidades trabalharam nos primeiros anos de vida de Belo Horizonte - pintores, escultores e fotógrafos, provenientes da França, Alemanha, Áustria e Itália, que introduziram o paisagismo, o simbolismo e o realismo na arte da nova capital. As construções oficiais seguiam os princípios da Escola de Belas Artes de Paris, e a decoração dos prédios.

 

Mas ao lado do lado rico, charmoso e chic da cidade de padrão europeu que nascia já se podia notar o duro contraste representado pela pobreza – operários que trabalharam na construção de uma cidade feita para outros, não para eles. Algo que veio a se repetir décadas depois, durante a construção da capital do Brasil, Brasília, cercada por cidades satélites carentes da mínima infra-estrutura.

No caso de Belo Horizonte, houve uma segregação desses operários que, indo morar na periferia do novo centro urbano, começaram a constituir uma cidade ao lado da cidade, de padrão totalmente diferente da que foi planejada – sem padrões urbanísticos adequados, casas edificadas sem qualquer cuidado arquitetônico ou padrão estético.

 

 

Cartografia do Município - dos Mapas da Construção até o Surgimento do Cadastro Técnico Municipal (CTM)

 

Nesta seção pretende-se analisar a importância do CTM para Belo Horizonte, cidade que possui um considerável acervo de dados e mapas, desde a época da fundação até o atual estágio de desenvolvimento. Esta tradição cartográfica é importante para entender a implantação da cartografia digital no município, que é tema da seção seguinte.

 

Em 2002, o governo federal lançou o Programa Nacional de Apoio à Gestão Administrativa e Fiscal dos Municípios Brasileiros (PNAFM), através da Unidade de Coordenação de Programas (UCP). Seu objetivo principal era “apoiar o governo brasileiro na busca de estabilidade macroeconômica por meio de um equilíbrio fiscal auto-sustentável, fundamentado em uma política transparente e eficiente na gestão da receita e do gasto público municipal.” (BRASIL, 2005)

 

Estruturado com base no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi produzido um documento que define, no anexo 3, a estrutura básica de um conjunto de cadastros necessários para que um município possa informatizar seu Cadastro Técnico Municipal. Este modelo tem sido adotado, desde a publicação, em muitas cidades que estão em processo de formação do CTM ou que já o fizeram e que precisam de apoio financeiro e técnico dos órgãos envolvidos.

 

O documento segmenta a definição do CTM em 5 cadastros:

1.      Cadastro Único de Contribuintes, contendo os dados de todas as pessoas, físicas e jurídicas, sujeitas a algum tributo municipal;

2.      Cadastro Imobiliário Municipal, que reúne as características de todos os imóveis e edificações existentes no município;

3.      Cadastro de Logradouros, com o registro dos logradouros (ruas, avenidas, etc);

4.      Cadastro de Trechos de Logradouros, definindo as principais subdivisões de logradouro;

5.      Cadastro Econômico, com os dados dos contribuintes sujeitos a algum tipo de tributo (IPTU, ISS, etc).

 

O modelo adotado na capital mineira não difere muito dessa proposta, embora tenha sido implantado antes dela. Além disso, os dados são organizados e categorizados, de modo a permitir uma melhor distribuição de responsabilidades entre as diversas áreas de negócio envolvidas.

 

Uma seqüência de figuras, apresentada em ordem cronológica, serve como exemplo da evolução que a cartografia tem sofrido ao longo dos anos no município. A figura 4 (ver seção anterior) mostra um mapa feito em papel, a partir de fotografias aéreas de 1953 do hipercentro, onde se pode distinguir um grande número de elementos: arruamento, quadras, lotes, árvores e edificações, dentre outros. A figura 5 apresenta um mapa também convencional, produzido a partir de dados de 1979 contendo ainda mais elementos (pode-se observar, por exemplo, as curvas de nível) e com melhor qualidade final. Finalmente, é mostrado na figura 6 um mapa digital produzido em 2002. A diferença, tanto em termos de qualidade quanto da quantidade de informações é notória. Onde, nos mapas antigos, existiam apenas desenhos geométricos de quadras e ruas, surge um conjunto de objetos geográficos numerado, classificado e ordenado segundo critérios técnicos.

 

Figura Nº5

Mapa de 1979

 

(fonte: www.pbh.gov.br)


Figura Nº 6

Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo em formato digital

 (fonte: www.pbh.gov.br)

 

A implantação do Cadastro Técnico Municipal (CTM), na década de 70, pela prefeitura constitui um marco que alterou substancialmente a forma de obter, manter e divulgar as informações urbanas básicas. A empresa encarregada de manter esse acervo foi a recém-criada Empresa de Processamento de Dados do Município de Belo Horizonte – PRODABEL, cujo nome foi posteriormente mudado para Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte, mantendo a mesma sigla.

 

Passou-se a manipular a extensa mapoteca existente de forma mais organizada e cuidadosa. Inicialmente, contratando profissionais especializados em cartografia, geografia e ciências afins com o intuito de manter o acervo em papel até finalmente implantar, em fins da década de 80, o geoprocessamento na capital mineira.

 

Para a utilização de cartografia digital as necessidades de mão-de-obra e recursos eram maiores e mais específicas. Houve a necessidade de contratação de pessoas de diversas especialidades profissionais: topógrafos, engenheiros, cartógrafos, geógrafos, digitalizadores, técnicos e analistas de informática, um grupo multidisciplinar que deveria responder pela tecnologia utilizada, ainda pioneira em termos de Brasil. Durante os trabalhos de montagem da base de dados trabalharam também técnicos contratados para algumas etapas específicas do trabalho, que só precisavam ser feitas uma vez. Isto  aconteceu nas áreas de aerofotogrametria e restituição, por exemplo. Empresas de engenharia especializadas nesse tipo de trabalho foram contratadas nessas etapas.

 

Finalmente, houve a prospecção e aquisição de um Sistema de Informação Geográfica (SIG), escolhido dentre vários software avaliados, para manutenção da base cadastral urbana. Foi uma aquisição importante para a equipe de geoprocessamento do município, viabilizando a montagem do acervo digital de componentes geográficos – camadas de informação compostas dos objetos considerados importantes para o CTM. Inicialmente, eram cento e oitenta camadas que com o passar do tempo foram ampliadas até chegar a um número excessivamente grande (mais de 300). Esse elevado número de componentes acabou por configurar uma base de dados ampla demais para ser mantida por um único órgão e uma única equipe. Deve ser ressaltado que, além das geometrias das feições geográficas tinham de ser mantidos os atributos, tais como código e nome de cada elemento e características adicionais.

 

As principais feições armazenadas eram as que caracterizavam a riqueza do solo urbano e seus equipamentos, destacando-se como de especial interesse:

·                 Limites oficiais do município;

 

·                 Bairros oficiais;

 

·                 Bairros populares;

 

·                 Logradouros, com seus códigos e nomes oficiais;

 

·                 Quadras, sequencialmente numeradas, com todos os atributos que lhe dizem respeito;

 

·                 Lotes, com os dados de propriedade e da lei de uso do solo;

 

·                 Imóveis, com propriedade e dados de ocupação (industrial, comercial, residencial);

 

·                 Edificações, de vários tipos: públicas, industriais, particulares, de referência;

 

·                 Infra-estrutura urbana: pavimentação, energia elétrica, telefone, iluminação, meio-fio, sarjeta;

 

·                 Equipamentos públicos: Praças, canteiros, áreas de lazer;

 

·                 Hidrografia (rios, córregos, lagoas, represas);

 

·                 Saneamento básico: esgoto e água;

 

·                 Árvores, parques e jardins;

 

·                 Escolas e jurisdições escolares;

 

·                 Hospitais e unidades de saúde.

 

A expansão do uso dos softwares e dados que compunham o SIG veio a partir da aquisição de produtos específicos para cartografia, CAD e outros complementares, de uso específico e custo mais baixo. Essa nova direção tecnológica permitiu que o geoprocessamento se tornasse uma ferramenta de ampla utilização na prefeitura. Pouco a pouco, alguns órgãos e empresas municipais começaram a se aparelhar, tanto em termos de hardware como de software, orientando seus projetos para atender a seus próprios interesses. A característica transdisciplinar dos dados mantidos na base e dos que iam sendo agregados, a cada novo projeto ou demanda, fez com que esses dados fossem categorizados em temas que se apresentam bem delimitados, conforme se apresenta nos parágrafos a seguir.

 

O tema Mapa Urbano Básico (MUB) contempla dados referentes ao “chão da cidade”, que reúne as feições necessárias para qualquer trabalho com SIG urbano, sendo formada pelos elementos essenciais ao CTM;

 

O tema da regulação urbana é gerido pela secretaria municipal homônima, responsável pela definição de parâmetros relativos à posse de terrenos, construção, moradia, serviços, comércio, indústria e fiscalização, editando a Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo (LPOUS).

 

Os dados de Transportes e Trânsito são necessários à gestão de transportes e trânsito em ambiente urbano, sendo de especial interesse e ficando sob a gestão do órgão municipal de trânsito.

 

A secretaria responsável pela saúde cuida de um conjunto de dados que permitem gerir a saúde pública, municipalizada no Brasil. Compõem essa base hospitais, postos e unidades de saúde, dentre outros elementos que são geograficamente representados.

 

O tema educação, pertencente à Secretaria Municipal de Educação, demanda os dados necessários para fazer o planejamento da distribuição de alunos pela rede escolar e os controles necessários sobre essa rede.

 

O tema saneamento (água e esgoto) apresenta como peculiaridade o fato de que a água e o esgoto são serviços geridos pela companhia estadual sendo, no entanto, necessário manter um controle sobre esses importantes recursos, fundamentais para a saúde da população.

 

Limpeza urbana é outro tema sob responsabilidade de uma companhia municipal, que utiliza dados georreferenciados para melhorar a prestação dos serviços de coleta de lixo, varrição e outros.

 

Meio ambiente é um tema que também possui uma secretaria municipal encarregada e sua importância só tem crescido a cada dia.

 

Legislação urbana é uma área que atende aos legisladores, pessoas responsáveis pela elaboração das leis que, em última instância, irão criar ou aperfeiçoar os instrumentos de política urbana. O órgão correspondente é a Câmara Municipal.

 

Existem ainda outros temas, mas não é objetivo deste trabalho esgotar a categorização da base de dados do CTM. Entretanto, é importante destacar que atualmente, após longos anos de entendimentos e negociações, expandiu-se o acesso e o uso ao acervo de dados em poder da prefeitura municipal através de um amplo convênio de troca de informações que reúne empresas e órgãos dos três níveis de governo – federal, estadual e municipal, além de empresas prestadoras de serviços públicos. Graças a esta iniciativa pioneira é possível, por exemplo, manter compatibilidade entre os cadastros de endereços, logradouros e bairros desses órgãos convenentes, evitando que o cidadão tenha de ser penalizado com a falta de sintonia entre eles, que gerava problemas de duplicidade de referência e de endereçamento, historicamente graves, embora tecnicamente fáceis de resolver.  Num futuro próximo, espera-se poder manter um banco de dados comum a essas diferentes instituições, trazendo para o cidadão o benefício maior de um cadastro unificado com todos os temas pertinentes à formulação e execução da política urbana.

 

O Geoprocessamento Como Ferramenta de Gestão Municipal

 

Constituiu-se, a partir da utilização da computação na área de geografia, um ramo de estudo que alia técnicas atinentes a ambas, formando o que se passou a chamar geoprocessamento. Os sistemas compostos de recursos para processamento de informações geográficas logo se expandiram, mostrando uma importância efetiva na melhoria dos processos de planejamento urbano, meio-ambiente, agricultura, geologia, mineralogia e inúmeros outros.

Davis (1997) define Sistemas de Informação Geográficos (SIG) como:

 

“...sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a localização geográfica é uma característica inerente à informação e indispensável para analisá-la.”

 

As cidades que possuem um planejamento urbano desenvolvido não podem prescindir de uma ferramenta que permite analisar a distribuição geográfica de fenômenos de características tão diversas como distribuição populacional, acesso a serviços e recursos essenciais (saúde, educação, lazer), segurança, atividades econômicas, dentre muitas outras.

Belo Horizonte iniciou o projeto para implantação do geoprocessamento ainda em fins da década de 80, tendo como alguns dos principais marcos:

 

·                   1989: marco inicial - decisão de reconstruir a cartografia municipal por meio de processos aerofotogramétricos, gerando mapas em papel e arquivos digitais;

 

·                   1990: início do processo de restituição das fotos aéreas;

 

·                   1990: prospecção de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para a Prodabel;

 

·                   1991: contratação, por licitação, do SIG francês APIC;

 

·                   1992: construção do primeiro banco de dados geográfico de BH; início do desenvolvimento de aplicações;

 

·                   1994: Início da utilização de ferramenta específica para cartografia;

 

·                   1995-1999: Desenvolvimento de aplicações para diversas áreas, expansão de uso;

 

·                   2000: início do processo de reestruturação do geoprocessamento, através da definição da nova plataforma tecnológica, aderente aos padrão do Open Gis Consortium (1999);

 

·                   2002: Mapa Digital;

 

·                   2003-2004: Aplicações web;

 

·                   2004-2005: Consolidação da mudança tecnológica e disseminação de uso das novas ferramentas.

 

As principais secretarias e órgãos que se beneficiam dessa tecnologia e as principais aplicações que estão disponíveis atualmente são:

 

·                   Cadastro Técnico Municipal: técnicos responsáveis pela manutenção da base cadastral;

 

·                   Regulação Urbana: secretaria que faz uso do CTM para identificar, fiscalizar e licenciar atividades, imóveis e edificações;

 

·                   Transportes e trânsito: órgão público que utiliza a cartografia digital para definir rotas de transporte coletivo, mãos de direção de vias, etc;

 

·                   Educação: secretaria responsável pela alocação automática de alunos das redes de primeiro grau através de cálculos de distância e rota;

 

·                   Saúde: área usuária do geoprocessamento para identificar epidemias, endemias e incidência de doenças, de modo a poder agir preventivamente e corretivamente;

 

·                   Saneamento: realiza o planejamento e controle de varrição utilizando cálculos logísticos, como de área das vias públicas e rota de caminhões.

 

Foram enumeradas aqui apenas algumas das principais áreas e formas de aplicação de geotecnologias no município de Belo Horizonte, atualmente. Porém, é importante destacar ainda as possibilidades de acesso a informações públicas pelo cidadão, através da web e da área de atendimento presencial, além das já citadas interações entre prestadoras de serviços públicos, firmas de engenharia, imobiliárias, dentre outras, e prefeitura municipal. Essa maior facilidade de obtenção de informações acaba revertendo em benefício para o cidadão, que deste modo pode pagar menos pelos serviços prestados por toda essa gama de empresas.

 

 

Considerações Finais sobre a Situação Analisada neste Trabalho

 

A cidade de Belo Horizonte tem sido um exemplo bem sucedido do uso das tecnologias de geoprocessamento em nível municipal. Elevados gastos com hardware, software e outros recursos têm sido demandados, sempre disputados com vários outros projetos concorrentes, mas os gastos sempre têm se mostrado compensadores, resultando numa boa relação custo – benefício.

 

Do ponto de vista fiscal e tributário, passa-se a dispor de mecanismos que permitem melhor aplicação das leis municipais, ensejando o justo tratamento da posse da terra e da exploração do solo urbano para fins de edificação ou simplesmente de geração de renda.

 

Muito ainda precisa ser feito para que as geotecnologias possam gerar melhoria de vida para os cidadãos que delas mais necessitam, elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de populações excluídas das melhorias setoriais que a dinâmica capitalista tem oferecido. Como se pode observar, numa capital como Belo Horizonte ainda convivem, lado a lado, núcleos urbanos privilegiados com níveis de vida europeu, cercados por bolsões de pobreza (que têm aumentado ano a ano) de padrão da África subsaariana.

 

Se é inegável que a tecnologia sem o homem de nada aproveita, também é correto que o bom uso da tecnologia pode levar o homem novos patamares de bem estar e progresso social.

 

 

Notas



[i] Orçamento Participativo: forma de elaboração do orçamento público baseada na participação popular, em que são realizadas diversas sessões de assembléias deliberativas entre representantes do governo e da comunidade local, até a definição final das prioridades em termos de obras. As principais críticas que Oliveira (2000) faz a esse modelo são que ele cobre somente uma pequena parcela do orçamento e que ocorre uma profissionalização das representações locais, o que acaba por conferir-lhes um caráter “profissional”.

 

 

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© Copyright Pedro Alves De Oliveira, 2005

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Ficha bibliográfica:

DE OLIVEIRA, P. Usos Do Cadastro Técnico Municipal Na Formulação E Execução Da Política Urbana No Município De Belo Horizonte. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2005, vol. IX, núm. 194 (92). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-194-92.htm> [ISSN: 1138-9788]

 

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