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Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona.
ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. IX, núm. 194 (96), 1 de agosto de 2005

 

LABORATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS

 

Prof. Dr. Eduardo José Fernandes Nunes

Universidade do Estado da Bahia

 


Laboratório de desenvolvimento de tecnologias sociais (Resumo)

O Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais localiza-se na região de estudo, Mata Escura, Salvador, Bahia. Desenvolve projetos tecnológicos de recuperação de áreas degradadas urbanas, utilizando uma metodologia participativa, estimulando a integração dos diversos atores sociais locais, através da formação de parcerias com as universidades e empresas. O Laboratório está estruturado em três linhas de pesquisa: 1) infra-estrutura sócio-ambiental, 2) educação e território, 3) planejamento urbano. O Laboratório de tecnologias sociais articula-se através do estabelecimento de uma rede composta por duas universidades (UNEB, Unifacs), organizações governamentais e não-governamentais e empresas visando o desenvolvimento sócio-ambiental da região. A equipe do laboratório é formada por doutores das universidades, mestrtes, estudantes de pós-graduação e graduação das diversas áreas (arquitetura, urbanismo, sociólogos, geógrafos, pedagogos, economistas, engenheiros, advogados). A participação comunitária é estimulada através da criação de um fórum de discussão abordando as principais áreas temáticas, principalmente sobre a problemática sócio-ambiental da região, buscando apontar soluções para os problemas locais através da construção de uma Agenda 21 para a viabilização da sustentabilidade local.

 

Palavras chave: Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais, metodologia participativa, Salvador, Bahia


Laboratory of development of social technologies (Abstract)

The Laboratory of Development of Social Technologies bes situated in the region of study, Dark Bush, Salvador, Bahia.  It develops technological projects of recovery of degraded areas urban, using a participative methodology, stimulating the integration of the diverse local social actors, through the formation of partnerships with the universities and companies.  The Laboratory is structuralized in three lines of research:  1) partner-ambient infrastructure, 2) education and territory, 3) urban planning.  The Laboratory of social technologies is articulated through the establishment of a composed net for two universities (UNEB, Unifacs), governmental and not-governmental organizations and companies aiming at the partner-ambient development of the region.  The team of the laboratory is formed by doctors of the universities, mestrtes, students of after-graduation and graduation of the diverse areas (architecture, urbanism, sociologists, geographers, economists, engineers, lawyers).  The communitarian participation is stimulated through the one creation fórum of quarrel approaching the main thematic areas, mainly on problematic the partner-ambient one of the region, searching to point solutions with respect to the local problems through the construction of an Agenda 21 for the viability of the local sustentabilidade.

 

Keywords: Laboratory of Development of Social Technologies, participativa methodology, Salvador, Bahia


 

Introdução

 

Este trabalho tem como objetivo apresentar as atividades do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais, realizadas por professores, pesquisadores e alunos da Universidade do Estado da Bahia e da Universidade de Salvador juntamente com os atores locais. Dentro de uma perspectiva crítica, o laboratório entende a sociedade contemporânea marcada pelo signo da desigualdade social, dos preconceitos culturais e da violência contra a natureza.

 

Salvador é uma cidade do Nordeste brasileiro, capital do Estado da Bahia, possui 2,5 milhões de habitantes numa superfície de 306 km². Desse total, cerca de 1 milhão de pessoas aproximadamente têm idades entre 0 e 20 anos caracterizando uma população bastante jovem com necessidades prementes de educação, saúde e formação profissional. Com uma população economicamente ativa de 1,693 mil indivíduos em janeiro de 2005, Salvador apresenta um alto número de desempregados, cerca de 420 mil pessoas. Esta população economicamente ativa tem maior predomínio no setor de serviços, sendo muito pequeno as pessoas dedicadas às atividades de agricultura.

 

Localizada numa península que avança por sobre o oceano atlântico, constituindo-se em uma das extremidades da baía de Todos os Santos, Salvador, nessa configuração, possui melhor infraesturura social e física nos bairros localizados ao longo da orla norte da cidade; à medida que vai entrando para o interior do município, as características de uma urbe vão desaparecendo, dando lugar a zonas extremamente carentes, apresentando a grande face desumanizada da cidade.

 

Por ser a capital do Estado, além do poder público municipal concentra também, as funções administrativas do poder estadual e algumas do poder federal para o Estado da Bahia. Por sua importância histórica, Salvador, conserva em algumas áreas do centro da cidade, uma arquitetura colonial fruto do período escravista implantado pelos portugueses. Sendo a principal sede da coroa portuguesa aqui no Brasil, a cidade centralizou o tráfico de escravos, tornando-se um dos principais portos de tráfico internacional de povos africanos, vindos principalmente da costa do Benin, Nigéria e também de Angola (Verger; Bastide; Luz). Nesse contexto, a cidade apresenta o maior contingente de afro-descendentes do Brasil.

 

O Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais atua de forma integrada, realizando pesquisas e intervenções urbanas na periferia da cidade, em áreas de grande importância histórica, ambiental e cultural. Na área de atuação do laboratório, estão localizados antigos terreiros de candomblé oriundos de quilombos, em meio a uma vegetação de Mata Atlântica. Na área de intervenção do laboratório, além da importância cultural e ambiental, há uma represa, construída no início do século XX, voltada para abastecimento de água para uma parte da cidade projetada pelo Engenheiro Teodoro Sampaio. Desde alguns anos a represa está completamente assoreada e poluída pelos esgotos urbanos.

 

A ocupação desordenada e a construção de vários conjuntos habitacionais populares no entorno dessa área verde nos últimos 30 anos foi, pouco a pouco, devastando a reserva de mata atlântica e contaminando os mananciais hídricos que formam as antigas represas do Prata e da Mata Escura, sub-bacias do rio Camurujipe (Foto 1).

 

Atualmente, o laboratório vem desenvolvendo uma Agenda 21 local, realizando pesquisas e mobilizando a população para resistirem contra a devastação indiscriminada que vem ocorrendo de forma intensa nos últimos anos e estabelecendo parcerias na tentativa de captar recursos para despoluição das represas e nascentes, recuperação da mata, construção e melhoria de habitações no entorno, além de projetos de desenvolvimento social, formação e capacitação de jovens em informática, arte, e cursos profissionalizantes.

 

 

Objetivos do Laboratório

 

O Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais formado pelos Grupos de Pesquisas em Desenvolvimento de Tecnologias Sociais do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Unifacs e os Grupos de Pesquisa Educação, Universidade e Região e o de Memória da Educação, ambos, vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade do Departamento de Educação do Campus I da UNEB, cadastrados no Diretório Nacional do CNPQ, tem como objetivo desenvolver uma metodologia de intervenção, visando a recuperação sócio-ambiental da sub-bacia da Mata Escura, articulando os diversos atores sociais (Ibama, Caixa Econômica Federal, Conder, Candomblé Bate Folha, Associação de Moradores da Mata Escura e Empresas), para a criação do Parque Socioambiental Pierre Verger, tornando-o um espaço integrado à cidade de Salvador.

 

 

Objetivos Específicos

 

Através de um planejamento participativo e da realização da Agenda 21 Local pretende-se:

 

·                    Elaborar o projeto urbanístico e arquitetônico do parque e de seu entorno;

 

·                    Implantar o núcleo de educação ambiental integrando as universidades, as comunidades e as empresas;

 

·                    Realizar diagnósticos sócio-econômicos da sub-bacia;

 

·                    Realizar estudos de recuperação de Represa do Prata;

 

·                    Realizar estudos sobre a memória da região;

 

·                    Implantar ações de inclusão social.

 

A importância da Cooperação Acadêmica entre Universidades está sendo cada vez mais estimulada pelas políticas da pós-graduação no país. As parcerias públicas e privadas tornam-se um desafio na sociedade moderna na construção de redes de solidariedade com capacidade de intervir na realidade social. Nesse sentido, os Programas de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade do Departamento de Educação do Campus I da UNEB e o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Unifacs, através de seus três Grupos de Pesquisas integrados pretendem implantar um laboratório avançado em Desenvolvimento de Tecnologias Sociais com o objetivo de contribuir para a recuperação de áreas urbanas degradadas da periferia de Salvador inserindo-as no contexto da cidade, em particular, na sub-bacia da Mata Escura.

 

A missão do Laboratório é articular as demandas sociais da comunidade, através do desenvolvimento de projetos científicos e sócio-culturais, com o apoio do setor público e privado.  

 

 

Desigualdades sócio-espaciais urbanas

 

Do ponto de vista científico, inúmeros trabalhos estão sendo desenvolvidos sobre cidades sustentáveis. No século XX, o novo modo de vida urbano suscitou grandes transformações nas cidades e configurou modelos urbanísticos pautados no espírito técnico-industrial, comandados por experts da área de engenharia e arquitetura. A crítica aos urbanistas, a partir dos anos 1960, fez surgir novas perspectivas sobre a relação entre a teoria e a prática, e a buscar novas idéias sobre a possibilidade de desenvolvimento de um urbanismo e arquitetura comunitários em oposição ao urbanismo dos técnicos governamentais. Nos anos 1990, as novas propostas de planejamento social participativo propunham a realização de reuniões com os moradores para definir como intervir sobre o espaço social nos bairros periféricos. Na atualidade, buscam-se modelos participativos de intervenção que possam responder a essa intrigante equação do mundo pós-moderno de integrar crescimento, equidade e meio ambiente (HALL, 1998).

 

Compreendendo a intervenção urbana como sendo fruto de um trabalho pluridisciplinar, atuando sobre uma realidade bastante complexa, Ballesteros (1995) aponta para o surgimento de novas perspectivas no estudo da cidade. A crise econômica agrava as desigualdades sócio-territoriais e surgem assim novas inquietudes, produzindo um equipamento seletivo do território, tanto pela inversão seletiva dos recursos privados, como pela restrição como conseqüência da crise, nos equipamentos públicos destinados a re-equilibrar as cidades e, por fim, o território.

 

Manuel Castells (2000) [1] assinala que o modelo de uma cidade dual, onde o espaço social dividiu-se em dois territórios de forma polarizada, apresentando em seu território residências suntuosas e residências miseráveis sem nenhum tipo de comodidade possível, provocou a concentração espacial da miséria tendo como resultado a diminuição do estado social, a desregulamentação da economia e a precarização do emprego. Wacquant (2001) acrescenta que os países industrializados da América do Sul, África do Sul e da Ásia sofrem de dois problemas principais geradores da miséria: a escassez do trabalho industrial e os novos empregos precários que não oferecem estabilidade social. Para interromper esse processo é preciso buscar alternativas novas que possam transformar essa realidade.

 

Sabatini (1997)[2] discute o avanço do panorama político na América Latina com o despertar da sociedade civil e o aumento dos conflitos ambientais entre a população e projetos de alto impacto sócio-ambiental no território.

 

Castells (2000)  põe em relevo o potencial transformador do movimento ambientalista, o papel da ciência e da tecnologia, a vinculação entre movimento ambientalista e lutas sociais.

Em suas próprias palavras:

 

As ações coletivas, políticas e discursos agrupados sob a égide do ambientalismo são tão diversificados que se torna praticamente impossível considerá-lo um único movimento. Todavia, sustento a tese de que é justamente essa dissonância entre teoria e prática que caracteriza o ambientalismo como uma nova forma de movimento social descentralizado, multiforme, orientado à formação de redes e de alto grau de penetração.

 

Castells sustenta ainda que existe uma relação direta entre o discurso apresentado pelo movimento ambientalista e as novas dimensões da estrutura social surgida a partir dos anos 1970. Dentre essas, destacam-se a importância da ciência e da tecnologia para a economia e a sociedade, a transformação do espaço e do tempo e o papel da mídia na dominação da identidade cultural.

 

Ocorreu na metade do século XX uma espécie de obrigação política e moral da parte dos governos e dos cidadãos das nações já desenvolvidas chamadas de primeiro mundo para com os países chamados de terceiro mundo. Além disso, esse modelo desenvolvido do primeiro mundo torna-se o modelo a imitar em escala mundial (BRETÓN; GARCÍA; ROCA: 1999)[3].

 

Contreras (1999: 14), mostra como foi elaborada uma reflexão sobre a construção social do conceito de subdesenvolvimento e o discurso do desenvolvimento. Sugere uma luta contra a assimilação linear do desenvolvimento ao crescimento econômico, desprezando modos de vida, formas de organização social e culturas que foram historicamente desprezadas.

 

Após a Segunda Guerra Mundial, quando se inicia o processo de descolonização emerge como categoria política e social, uma nova entidade denominada de 3º mundo, entendida como atrasada e subdesenvolvida por isso determinava a necessidade de dirigi-la para o progresso e modernização (p.21).

 

A idéia de desenvolvimento foi fazendo fortuna, segundo Contreras. Como hoje é utilizado o de desenvolvimento sustentável. Em nome do desenvolvimento, associado à riqueza, bem-estar, industrialização, foram realizadas uma série de estratégias e intervenções de todo tipo com a idéia de mudar sociedades alheias consideradas como anomalias históricas.

 

A era do desenvolvimento universal em extensão planetária ocorreu apenas a meio século. As formas de dominação foram impulsionadas e recebem apoio de formações ideológicas, de discursos que concluem que certos territórios e pessoas requerem ser dominados e necessitam de intervenção.

 

O autor considera que o discurso do desenvolvimento obedece regras definidas por experts, elaboradas por tecnocratas, especialistas, governos e instituições que se expressam na linguagem da economia e da racionalidade tecno-ceintífica e exercem relações de poder (p.27).

 

A partir dos anos 50 recebe notoriedade o conceito de desenvolvimento. No capítulo IX da carta das Nações Unidas estabelece o compromisso dos membros da organização de impulsionar o desenvolvimento econômico e social de todos os povos e nações. Com a emergência deste conceito coincide com o surgimento como categoria política e social do chamado 3º mundo, isto é, o subdesenvolvimento.

 

A modernidade e a modernização eram as únicas forças capazes de destruir supertições e relações sócio-culturais e políticas arcaicas (p. 43). Na verdade o sonho do progresso constituiu-se em pesadelo pelo fracasso das políticas de desenvolvimento. A idéia de desenvolvimento como ferramenta básica das políticas de sujeição e submetimento do sistema mundial e instrumento de dominação do 3º mundo.

 

A invenção do desenvolvimento: “A ciência e a tecnologia desempenham, com efeito, um papel extraordinariamente relevante na elaboração e legitimação do discurso do desenvolvimento” (p. 48). A economia do desenvolvimento constitui-se em especialidade acadêmica, métodos, medição e avaliação, conhecimento profissional. O desenvolvimento concebido como transferência tecnológica e de capital.

 

 

Espacialização do Patológico: desenvolvimento e poder

 

As novas instituições do desenvolvimento constroem a pobreza. O pobre passou a ser considerado como o desnutrido, o analfabeto e o subdesenvolvido. Em 1948 o Banco Mundial instituiu a renda anual per capta de 100 dólares, com isso 2/3 da humanidade foram considerados pobres (p.51). Para esse autor, o 3º mundo é uma construção social. Desconstrução e reconstrução são processos simultâneos. Desconstruir o desenvolvimento e permitir o retorno dessas sociedades a verem seu próprio futuro (p.56).

 

Griffin (2001)[4], assinala que a moderna teoria econômica do desenvolvimento remonta a 1940. Esta economia está baseada no enriquecimento material, isto é, do incremento do volume de produção de bens e serviços. A teoria utilitarista baseia-se na idéia de que o bem estar geral da população ocorreria pelo crescimento do produto Interno Bruto, per capta, o aumento do produto agregado acabaria com a pobreza.

 

O crescimento econômico converte-se no principal meio para atingir o desenvolvimento. Maior produto interno bruto, menor pobreza. Nos anos 80, o objetivo do desenvolvimento era propiciar que as pessoas disponham de uma gama maior de opções, que possa fazer mais coisa, ter uma vida mais longa, transpor enfermidades evitáveis, ter acesso à reserva mundial de conhecimentos (p.26). Segundo este autor, “Muitos estudos empíricos demonstraram que o gasto em educação acaba produzindo rendimentos econômicos tanto ou mais altos que os que obtem-se com a inversão em capital físico” (p.27).

 

Esclarece também Griffin:

 

Mas o conceito de formação de capital humano excede o mero gasto em educação para abarcar também o gasto em investigação e desenvolvimento – geradores de novos conhecimentos e novas tecnologias -, o gasto na provisão de serviços básicos de saúde, em programas de alimentação e na provisão de serviços de planejamento familiar. Isto é, que a inversão em seres humanos sob todas essa formas resulta igualmente produtivo, tanto se a meta é o aumento do produto nacional como a potenciação das capacidades humanas (p.27).

 

Para ele, o desenvolvimento deve estar centrado na pessoa, em detrimento da visão centrada no desenvolvimento de bens de consumo. Acrescenta ainda: “o paradigma do desenvolvimento humano simpatiza com as políticas redistributivas e favorece muito especialmente uma distribuição eqüitativa dos recursos produtivos” (p. 39).

Desse modo, o laboratório pretende contribuir com a elaboração de estudos e pesquisas que possibilitem o desenvolvimento territorial, local e sustentável. Os projetos desenvolvidos no Laboratório Avançado de Tecnologias em Desenvolvimento Social utilizarão uma metodologia de intervenção sócio ambiental que poderá ser utilizada em outras áreas urbanas.

 

 

Metodologia

 

O Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais localiza-se na região de estudo no bairro da Mata Escura. Desenvolve projetos tecnológicos de recuperação de áreas degradadas urbanas, utilizando uma metodologia participativa, estimulando a integração dos diversos atores sociais locais, através da formação de parcerias com as universidades e empresas.

 

O Laboratório está estruturado em três linhas de pesquisa: 1) infra-estrutura sócio-ambiental, 2) educação e território, 3) planejamento urbano. O Laboratório desenvolverá tecnologias sociais através do estabelecimento de uma rede composta por duas universidades (Unifacs, UNEB), organizações governamentais, não-governamentais e empresas visando o desenvolvimento sócio-ambiental da região. A equipe do laboratório será composta por doutores das universidades, mestrandos e graduandos das diversas áreas (arquitetura, urbanismo, sociólogos, geógrafos, pedagogos, economistas, engenheiros, advogados).


A participação comunitária será estimulada através da criação de um fórum de discussão abordando as principais áreas temáticas, principalmente sobre a problemática sócio-ambiental da região, buscando apontar soluções para os problemas locais através da construção de uma Agenda 21 para a viabilização da sustentabilidade do parque socioambiental Pierre Verger.

 

Resultados Parciais Esperados

 

·                    Criação de banco de dados de informações georeferenciadas da região;

 

·                    diagnósticos sócio-ambientais;

 

·                    planejamento dos projetos de intervenção.

 

 

Resultados Finais Esperados

 

·                    Implantação de um núcleo de educação ambiental

 

·                    Elaboração do projeto urbanístico e arquitetônico do parque e  entorno;

 

·                    Elaboração do projeto de desenvolvimento de habitação  popular;

 

·                    Elaboração do projeto de despoluição da represa do prata;

 

Mecanismos de Transferência de Resultados

 

·                    realização de um seminário sobre recuperação de áreas degradadas;

 

·                    produção de um vídeo de organização comunitária;

 

·                    publicação de artigos de iniciação científica;

 

·                    apresentação dos resultados das pesquisas nos encontros; de planejamento urbano, educação e meio ambiente.

 

·                    Transferência de informações georeferenciadas para os órgãos de planejamento municipal e estadual visando subsidiar a elaboração de políticas públicas.

 

 

IMPACTOS PREVISTOS

 

Impacto Científico

 

·                    Realização de um curso de extensão em Educação Ambiental;

 

·                    Realização de um seminário sobre recuperação de áreas degradadas;

 

·                    Apresentação de dois artigos no IX Encontro da Anpur;

 

·                    Realização de quatro TFG em Arquitetura;

 

·                    Realização de duas dissertações de mestrado em Educação e Contemporaneidade.

 

Impacto Tecnológico

 

·                    Desenvolvimento de uma metodologia participativa de intervenção urbana em áreas periféricas e de risco, que poderá depois de avaliada ser aplicada em outras regiões com características semelhantes;

 

·                    Produção de tecnologias de gestão ambiental em área de Mata Atlântica (sala verde);

 

·                    Produção de tecnologia em educação ambiental;

 

·                    Elaboração de Projetos de reciclagem de lixo;

 

·                    Projetos de construção alternativa (arquitetura ecológica)

 

Impacto Econômico

 

·                    Impacto na criação de serviços especializados;

·                    Impacto na formação e qualificação da mão de obra local;

·                    Geração de emprego e renda.

 

Impacto Social

 

·                    Gestão ambiental e Infra-estrutura;

·                     Arquitetônico e Urbanísticos.

·                     Sócio-educacionais: Criação de espaços de sociabilidade (Sala do Futuro: criação de sala de informática com acesso à Internet; Criação de uma rede de bibliotecas);

 

Impacto Ambiental

 

·                    Contribuir para a preservação de 56 ha de Mata Atlântica;

 

·                    Recuperar o espelho d´água da Represa do Prata, tornando-a um espaço de sociabilidade para a população local

 

·                    Centro de Educação Ambiental, o qual terá a incumbência de envolver a comunidade na preservação da sub-bacia.

 

 

Infraestrutura Sócio Ambiental

 

Levantamento da fauna e da flora;

Levantamento geológico e aerofotogramétrico

Realizar Zoneamento da sub-bacia;

Recuperação da sub-bacia do Prata;

Elaboração do projeto de recuperação dos remanescentes de mata      atlântica;

Elaborar o projeto de despoluição da represa.

 

 

Planejamento Urbano

 

Localização das áreas prováveis para instalação dos equipamentos comunitários

Discutir com a comunidade a instalação dos equipamentos

Elaborar o projeto urbanístico e arquitetônico do parque e de seu entorno;

Desenvolver um projeto na área de habitação popular auto-sustentável

 

 

Educação E Território

 

Implantar um núcleo de educação ambiental;

Diagnóstico sócio-econômico e estudos sobre a memória da região;

Indicação dos espaços de sociabilidades

Elaboração do projeto de criação da Escola de Agroecologia

Elaboração da Agenda 21

 

 

 

Notas



[1] CASTELLS, M.. O poder da Identidade. São Paulo: Paz e Terra, 2000. v.2. p. 143.

 

[2] SABATINI, F. Conflictos ambientales y desarrollo sustentable de las regiones urbanas. Revista Eure, Santiago de Chile, v. 22, n. 68, p. 77-91, abr. 1997.

 

[3] BRETÓN, V. ; GARCÍA, F. ; ROCA, A. El desarrollo tiene límites.). Los límites del desarrollo: modelos “rotos” y modelos “por construir”  en América Latina y África. Barcelona: Icária/Insitut Catalã d´Antropologia, 1999. p. 9-22.

 

[4] GRIFFIN, K. Desarrollo humano: origen, evolución e impacto. In: IBARRA,  P.; UNCETA, K. (org.). Ensayo sobre el desarrollo humano. Barcelona: Icária, 2001.

 

 

Bibliografía

 

ABRAMOVAY, M. e RUA, Maria das Graças. Violência nas Escolas. Brasília : UNESCO, 2002.

 

ABRAMOVAY, M. Escolas Inovadoras - experiências bem-sucedidas em Escolas Públicas. Brasília: UNESCO,2003.

 

CALDAS, A. NUNES, E. Laboratório de Geografia Social e Intervenção Urbana: a criação de espaços de sociabilidades em Bairros periféricos de Salvador. Revista de Desenvolvimento Econômico, ano IV, n. 7, dez 2002, Salvador: UNIFACS, 2002.

 

CENSO DEMOGRÁFICO DE 2000. Características da população e dos domicílios. Rio de janeiro: IBGE, 2000.

 

GRIFFIN, K. Desarrollo humano: origen, evolución e impacto. In: IBARRA, P.; UNCETA, K. (Coord.). Ensayos sobre el desarrollo humano. Barcelona: Icaria, 2001. p.27.

 

HALL, P. Ciudades del mañana: historia del urbanismo en el siglo XX. Barcelona: Ed. Del Serbal, 1998.

 

IBARRA, P.; UNCETA, K. (Coord.). Ensayos sobre el desarrollo humano. Barcelona: Icaria, 2001.

 

WACQUANT, L. Os condenados da cidade: estudos sobre marginalidade avançada. Rio de Janeiro: Ed. Revan; FASE, 2001.

 

© Copyright Eduardo José Fernandes Nunes, 2005

© Copyright Scripta Nova, 2005

 

Ficha bibliográfica:

FERNANDES, E. Laboratório de desenvolvimento de tecnologias sociais. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2005, vol. IX, núm. 194 (96). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-194-96.htm> [ISSN: 1138-9788]

 

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