IX Coloquio Internacional de Geocrítica LOS PROBLEMAS DEL MUNDO ACTUAL. Y LAS CIENCIAS SOCIALES
Porto Alegre, 28 de mayo - 1 de junio de
2007. |
ESTÁGIO PROFISSIONAL: FORMAÇÃO, PRÁTICA E RECONHECIMENTO
Roberto Verdum
Departamento de Geografia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
verdum@ufrgs.br
Estágio profissional: formação, prática e reconhecimento
(Resumo):
Quando se discute a formação e o papel do geógrafo na sociedade, avalia-se que é fundamental refletir sobre os meios de atualização e qualificação do profissional, além das formas como a sociedade o reconhece. Neste sentido, é fundamental questionar nossa formação, a atuação e o reconhecimento profissional. Estes três processos estão imbricados e revelam-se essencialmente díspares no conjunto dos profissionais de Geografia no Brasil. Pensando sobre essas questões, decidimos construir na disciplina de Estágio Profissional do Curso de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a partir do ano de 1999, uma rede de relações com instituições públicas e privadas e, que hoje, se estende às organizações não governamentais. Como experiências desenvolvidas pelos estagiários, se destacam várias temáticas: estudos regionais, planejamento urbano, estudos fundiários, análise de dinâmicas ambientais, educação ambiental, elaboração e gerenciamento de bancos de dados e a geração de produtos cartográficos digitais.
Palavras-chaves: geógrafo, estágio profissional e atuação profissional.
Professional training: foundation, performance and recognition (Abstract):
When one argues about the foundation and the role of the geographer in the
society it is essential to take in consideration not just how society see
they but their professional qualifications and also the methods used to update
them selves. Therefore it is fundamental to question our foundation, our
performance and our professional recognition asthese three key elements are
essential to set the parameters for the professionals in Geography in Brazil.
Following this line of thought, since 1999 the Geography Course of Federal
University of the Rio Grande do Sul (UFRGS) decided of our students during
their professional training period which now also extends to non governmental
organizations. As an example of some experiments developed by the trainees
during their professional training we can highlight, a few: regional studies,
urban planning, agrarian studies, environment dynamic analysis, environmental
education, elaboration and management of data basis and generation of digital
cartographic products.
Key words: geographer, professional training, professional performance.
Quanto se discute a formação e o papel do geógrafo na
sociedade, necessariamente, está se questionando a construção
histórica dos referenciais deste profissional e a sua responsabilidade
social frente às demandas que se apresentam como fazendo parte de suas
atribuições profissionais. Neste sentido, é fundamental
questionar nossa formação, o reconhecimento e a atuação
profissional. Estes três processos estão imbricados e revelam-se
essencialmente díspares no conjunto dos profissionais de Geografia no
país, (Pedroso, 1996) e (Callai, 1999). Assim, participar neste debate
pressupõe expor de forma analítica algumas experiências
que possam contribuir para o desenvolvimento da Geografia e conseqüentemente
no auxílio da formação da cidadania.
Inicialmente, avalia-se que dois conceitos são básicos atualmente
na produção geográfica brasileira: planejamento territorial
e ambiente. O primeiro conceito se formaliza, sobretudo a partir da construção
das economias após a II Guerra Mundial, que impulsionaram as primeiras
tentativas de planificação territorial. Já as práticas
relacionadas ao conceito de ambiente são derivadas das pressões
sociais e das políticas de proteção à natureza,
geradas pela própria disfunção dos programas de planejamento
territorial, (Bertrand, 1991). No Brasil, essas dinâmicas sociais culminam
com a elaboração das políticas relativas a avaliação
dos impactos ambientais e seus respectivos instrumentos – Estudos e Relatórios
de Impacto Ambiental – a partir da década de 1980. Neste contexto,
entende-se que aos geógrafos caberia buscar e assegurar a dinâmica
entre os conceitos de ambiente e planejamento em torno do conceito de território.
Assim, caberia à Geografia estudar, definir e caracterizar as configurações
espaciais dos fenômenos através do conceito de território
e das técnicas associadas (cartografia, foto-interpretação,
sensoriamento remoto, etc.).
Destaca-se que, para o estudo das configurações espaciais dos fenômenos, três níveis de análise são fundamentais:
a) poder distinguir o(s) fenômeno(s) a ser(em) cartografado(s);
b) poder analisar o dinamismo diferenciado do(s) fenômeno(s): escala
temporal;
c) poder avaliar a dimensão do(s) fenômeno(s): escala espacial.
Assim, reconhecer a necessidade de formação e de capacitação
do profissional nesta perspectiva é fundamental, para que este possa
responder à sociedade, a partir das suas demandas, além de poder
elaborar outras novas. A reflexão cotidiana que surge entre os estudantes
e profissionais da Geografia é a necessidade de fazer a ciência
ser (re) conhecida e de se fazer reconhecer como importante profissional disponível à sociedade.
Profissional este capaz de refletir, elaborar, propor e implantar projetos
essenciais à melhoria de determinadas demandas sociais. Isto é,
tanto aquelas ações profissionais consideradas diretamente aplicáveis
em relação a essas demandas, como aquelas que são fundamentais
para a construção do aprimoramento teórico e metodológico
da Geografia.
Construindo o reconhecimento do estudante-profissional
Quando nos propomos[1] a trabalhar com a disciplina GEO 01009 - Estágio Profissional em Geografia, do Departamento de Geografia - IG - UFRGS, tínhamos a intuição que esta disciplina teria uma importância significativa no que se refere à formação dos alunos do curso de graduação, assim como na externalização das atividades profissionais que concernem ao bacharel em Geografia, (Heidrich & Verdum, 2001). Neste sentido, iniciamos nossa estratégia a partir de contatos com instituições públicas e privadas realizando um levantamento preliminar dos locais onde existiam colegas geógrafos em atividade. Além disso, ao iniciarmos a primeira turma (99/1 - 13 alunos) procuramos ouvi-los na tentativa de atender os locais de seu interesse para a realização do estágio, assim como das atividades a serem desenvolvidas. Desta forma, estrategicamente iniciávamos os primeiros contatos com profissionais geógrafos ou não, que trabalham em instituições potencialmente interessantes para o desenvolvimento das atividades de um estagiário e, por conseguinte, para o Geógrafo. Ou seja, não só criávamos a vaga para a realização do estágio, mas, também, o (re) conhecimento das potencialidades desse profissional.
Nesta dinâmica, pudemos perceber o quanto o papel do professor da disciplina é importante na relação que deve ser estabelecida entre a instituição universitária e aquelas em que o estágio será realizado. O professor, como representante institucional, deve compreender e exercer o seu papel em relação a sua importância na abertura e na ampliação das possibilidades que são, inclusive vislumbradas pelos próprios alunos como potencialmente interessantes para o desenvolvimento de suas atividades como futuro profissional. Estabelece-se assim, uma rede de relações que favorecem outras atividades, além daquelas projetadas para a realização dos estágios, tais como: desenvolvimento de Trabalhos de Graduação sobre temas de interesse mútuo, do aluno e da instituição que o acolhe; publicações em conjunto entre professores do Departamento de Geografia - IG - UFRGS e algumas dessas instituições; realização de projetos ou convênios para o desenvolvimento de atividades de extensão e pesquisa; etc.
Do ano de 1999 até hoje, a estratégia utilizada para a ampliação e abertura de novas frentes de estágio tem sido a de agregar, a cada semestre, os estágios já realizados, oferecendo aos alunos essas possibilidades, assim como atender às demandas que surgem dos próprios alunos a cada início de semestre. Isto é, cada nova demanda é uma nova frente que se abre para os futuros alunos que cursarão a disciplina. Iniciamos em 1999/1 com sete opções de estágio e, em 2005/2, foram propostas 25 instituições capazes de acolher o estagiário. Neste leque de possibilidades, ainda observa-se a tendência da realização dos estágios em instituições públicas (64%) em relação às privadas (20 %) e às Organizações Não Governamentais - ONG’s (16%).
Para o aprimoramento de todo o programa estabelecido na disciplina, busca-se manter o estagiário amparado desde o início dos contatos realizados com as instituições. Reforça-se sempre a idéia de que o professor responsável pela disciplina é o representante legal da instituição frente ao espaço institucional externo à universidade. Neste sentido, entendemos que cabe a ele toda a construção e ampliação dessa rede de contatos que se estabelece para a abertura e o encaminhamento dos estagiários.
No primeiro encontro, a cada semestre, apresenta-se um histórico do que tem sido feito até então, as possibilidades que a disciplina têm oferecido no decorrer dos semestres e o quadro de estágios oferecidos para aquele semestre. A partir daí, o aluno escolhe livremente sua opção de estágio e, em seguida são iniciados os contatos com as instituições pretendidas. Salienta-se que, caso o aluno traga uma opção de estágio além daquelas propostas, encaminha-se sua demanda, inclusive na perspectiva de ampliação das ofertas, que crescem a cada semestre.
Além dessas atividades iniciais, são propostos encontros semanais para a apresentação do corpo de leis que são importantes para a prática profissional; a discussão sobre questões relativas à ética profissional; a inserção do geógrafo no mercado de trabalho e sua participação junto às associações de classe que o representam no sistema que o acolhe e, também, que fiscaliza a sua atuação profissional (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, etc. - Crea). Neste sentido, são convidados os representantes da Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Porto Alegre (AGB-PA) e a Associação dos Geógrafos Profissionais do Rio Grande do Sul (AGP-RS) para exporem e esclarecerem questões relativas ao profissional.
Quanto ao reconhecimento da contribuição dos Geógrafos frente às demandas da sociedade e, em conseqüência da suas possibilidades de trabalhar, vale destacar o quanto essa disciplina de estágio oportuniza esse reconhecimento, sobretudo quando o estagiário é encaminhado para instituições que não têm geógrafos em seu quadro de profissionais ou que não têm muita clareza, ou mesmo informação sobre as atuações desse profissional. Reconhece-se inclusive, que há um importante trabalho a ser feito na divulgação e no reconhecimento das atividades e das atribuições profissionais dos Geógrafos. Neste sentido, reforça-se a importância de se reconhecer o papel das representações profissionais junto à sociedade, na perspectiva do fazer conhecer o profissional, assim como, na necessidade de essas responderem as demandas sociais.
Hoje, pode-se avaliar que os resultados alcançados ultrapassam as expectativas, tanto em quantidade como na qualidade dos estágios oferecidos na disciplina. Como características essenciais destas experiências desenvolvidas pelos estagiários, destacam-se as várias temáticas capazes de serem oferecidas, tais como: estudos de caracterização e gestão regional, planejamento urbano, estudos de caracterização e estratégias fundiárias, análise de processos e dinâmicas ambientais, educação ambiental, elaboração e gerenciamento de bancos de dados e geração de produtos cartográficos digitais. Em relação aos problemas propostos para os estagiários nas temáticas territorial e ambiental verifica-se uma diversidade que acompanha o leque de possibilidades de estágio, que crescem a cada semestre.
Para mostrar concretamente as experiências realizadas pelos alunos na disciplina de estágio, assim como o leque de possibilidades oriundas das estratégias adotadas junto as instituições, apresenta-se os Quadros 1 e 2, que retratam o perfil e as experiências de estágios. Evidencia-se a realização de 164 estágios entre os anos de 1999 e 2005, sendo que a grande inserção dos estagiários tem sido na esfera pública, onde tradicionalmente há o reconhecimento mais ampliado das atividades do geógrafo.
Destaca-se que, atualmente, a estratégia é de ampliar a oferta de possibilidades de estágio pela expansão das relações com as empresas privadas, que têm aumentado sua demanda em relação ao profissional de Geografia, assim como, se ampliam as experiências de estágio junto às Organizações Não Governamentais (ONG’s). Estas, inclusive, mostram-se bastante interessadas nessa aproximação com a universidade, visto que seus quadros profissionais são ainda restritos em relação às demandas externas, além do interesse que essas organizações demonstram no que se refere à produção acadêmica que alimenta em muito suas práticas.
Neste aspecto, nota-se a participação crescente no âmbito das políticas públicas das várias formas de organização da sociedade civil, estruturadas a partir de princípios e objetivos específicos ou amplos. Observa-se a inserção das ONG’s no grande esforço nacional para implementar um modelo de desenvolvimento econômico em bases sustentáveis, que erradique a miséria e a ignorância, e que possibilite a assimilação efetiva do componente do meio ambiente nas formulações de políticas públicas setoriais. Evidencia-se a inserção crescente do setor não governamental na política nacional como um interlocutor permanente no processo de tomada de decisão e não mais apenas na forma de pressões circunstanciais. Sinais desta renovação é a constituição e o fortalecimento do Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, como sendo o principal agente de encaminhamento político para a sociedade. A ação destas organizações sociais não mais baseada na simples defesa do meio ambiente, a partir de referenciais protecionistas do passado e das idéias de conservacionismo universal, evolui para uma complexidade em função de um número muito maior de visões e de interesses sociais específicos, tais como, as questões relativas à pobreza, à renda, aos mecanismos de mercado, etc. Cabe assim, ao estudante estagiário e ao profissional que se agrega a este segmento da sociedade, participar da defesa do ambiente e das carências sociais, a partir de uma dimensão maior, articulando-se na busca da diversidade de soluções e na capacidade de negociação.
Esta dinâmica revela-se de extrema importância na projeção da sociedade brasileira em geral e especificamente do estudante e do profissional de Geografia. A ação das ONG’s está intimamente associada com a geração de conhecimento acadêmico, assim como depende de sua parceria para que estas possam fundamentar suas opções políticas. Observa-se que se projeta um plano, que procura elaborar um diagnóstico sobre a questão ambiental no país, a partir de três grandes enfoques: o das políticas públicas, o da legislação ambiental e o da sociedade civil. Nessa concepção, os estagiários e os profissionais têm espaço em ampliação para aplicar e desenvolver as novas tecnologias e disseminar o conhecimento produzido no âmbito da ciência.
Quadro 1 - Perfil do Estágio Profissional em Geografia da UFRGS entre 1999 e 2005
Setor | Semestre | Natureza do Estágio | Produto Gerado | ||||||||
Públ. | Priv. | ONG | 1 | 2 | Estudo Ambiental | Planejmaneto territorial | Geoprocess. | Outros | Mapa | Coleta & Organização de dados | estudos e C aracterizações |
132 | 22 | 10 | 92 | 72 | 46 | 29 | 55 | 25 | 66 | 61 | 37 |
80% | 14% | 6% | 56% | 44% | 28% | 23% | 34% | 15% | 40% | 37% | 23% |
Fonte: elaboração própria.
Quadro 2 - GEO 01009 – Estágio Profissional em Geografia – locais
de experiências de estágio
ESTÁGIO | ATIVIDADES | PRODUTO GERADO |
Har – Engenharia e Meio ambiente: Consultoria e fiscalização ambiental. | Estudo e verificação em campo de atividades de impacto ambiental, na construção da rodovia Rota do Sol. | Mapa hipsométrico da região da Serra do Pinto e Vale Três Forquilhas, na escala 1:50.000. |
Secretaria da Coordenação e do Planejamento/Depto. de Desenvolvimento Regional e urbano: Planejamento Territorial | Coleta e organização de dados sócio-econômicos; geração dos dados em SGI; determinação de carências e concentrações de caráter social ou econômico. | Geração de mapas digitais do Rio Grande do Sul, com índices de desenvolvimento humano, de renda, longevidade e moradia. |
EMATER: Assistência Técnica e Extensão Rural |
Aplicações em Geoprocessamento. Auxílio no cruzamento de informações de cartas, livros e Atlas. |
|
Departamento de Esgotos Pluviais (PMPA) – Prefeitura Municipal de Porto Alegre | Atualização das cartas da rede de macro-drenagem do município de Porto Alegre. | Carta das áreas inundáveis do Município de Porto Alegre. |
MRS Estudos Ambientais: consultoria na área ambiental | Geração de cartas para EIA/RIMA. | Mapas |
INMET/8º Distrito de Meteorologia | Conferência de dados meteorológicos | |
Secretaria da Agricultura e Abastecimento/Departamento de Desenvolvimento Rural e Reforma Agrária | Georeferenciamento de fotografia aéreas e digitalização
de dados. Caracterização climática nos locais de assentamento. |
Estudos de caracterização climática. |
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do RS |
Organização de mapoteca. Elaboração de mapa-índice. Auxílio aos demais geógrafos em suas atividades. |
Mapas-índice. |
FEPAM/Programa de Gerenciamento Costeiroq | Mapeamento dos campos de dunas remanescente do Litoral Norte. | Mapeamento. Zoneamento. Artigo de divulgação científica. |
Secretaria do Planejamento Municipal – Prefeitura Municipal de Porto Alegre | Levantamento de informações, criação de banco de dados e mapeamento. | Mapeamento do uso do solo da orla de Porto Alegre. |
FEPAM/Programa de Gerenciamento Costeiro |
Mapeamento de áreas do Litoral Norte. Tabulação de levantamento sócio-econômico-cultural. |
Mapeamento do Litoral Norte. Elaboração de tabelas. |
Secretaria da Agricultura e Abastecimento/Departamento de Desenvolvimento Rural e Reforma Agrária do RS | Análise do potencial fundiário do Estado do RS. | Mapa digital da concentração fundiária no RS. |
Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN |
Acompanhamento da implantação do Orçamento Participativo no RS. | Elaboração de material informativo sobre as regiões do OP e sobre a estrutura e funcionamento do OP. |
Departamento Municipal de Água e Esgoto – DMAE / Divisão de Pesquisa – Prefeitura Municipal de Porto Alegre |
Levantamento de dados históricos das ocupações irregulares e mapeamento digital das bacias dos arroios Chico Barcelos, Manecão e Lami em Porto Alegre. | Mapas digitais dos locais de estudo e complementação dos mapas existentes com os registros de dados atuais. |
ECOPLAN Engenharia Ltda. |
Cartografia e sensoriamento remoto para a geração de base cartográfica. | Elaboração de banco de dados e cartografia digital do Programa Pró-Guaíba. |
ECOPLAN Engenharia Ltda. |
Coleta de dados, cartografia e sensoriamento remoto para a geração de base cartográfica. | Elaboração de banco de dados e cartografia digital do Programa Pró-Guaíba, do Plano Diretor de Recursos Hídricos do rio São Francisco... |
EMATER |
Digitalização das microbacias do Projeto Pró-Guaíba, atendimento a demanda interna de mapas, retrabalhamento do mapa de solos da Embrapa e organização de banco de dados. | Mapa digital da divisão política-estradas do RS, de solos do RS e MNT da sub-bacia arroio Guabijú. |
Secretaria Municipal do Meio Ambiente/Coordenação de Ambiente Natural – Prefeitura de Porto Alegre |
Caracterização e determinação de limites da áreas de conflito de função, qualificar critérios de criticidade ambiental e vistorias a campo. | Mapas de avaliação do território e seus elementos naturais, em especial os cursos d’água, talvegues, encostas de morros e cobertura vegetal. |
Companhia de Energia Elétrica do Estado do RS (CEEE) Superintendência de Geração Hidrelétrica |
Mapeamento digital das áreas de interesse arqueológico e ambiental quando do projeto da Usina Hidrelétrica Dona Francisca no RS. | Elaboração de material informativo e mapas digitais sobre a usina hidrelétrica. |
Departamento de Recursos Naturais Renováveis/Divisão de Unidades de Conservação |
Departamento de Recursos Naturais Renováveis/Divisão de Unidades de Conservação |
|
FEPAM/ Departamento de Qualidade Ambiental/ Serviço de Geoprocessamento |
Geração de base de dados e mapas digitais do RS: Projeto Candiota, diagnóstico ambiental e dados censitários gerais. Preparação de um mini-curso de GPS. | Elaboração de mapas digitais, bancos de dados e estruturação de um mini-curso em GPS. |
Departamento de Limpeza Urbana DMLU/ Divisão de Destino Final – Prefeitura Municipal de Porto Alegre |
Visita aos aterros Extrema, Lami e Santa Tecla. Estruturação de um conhecimento em relação aos principais impactos na paisagem do entorno. | Questionário para avaliação de impacto na paisagem. |
FEPAM/ Departamento de Qualidade Ambiental/ Serviço de Geoprocessamento |
Caracterização sócio-econômica-cultural e interpretação de dados climáticos de Candiota. Busca e tratamento de dados em relação ao impacto urbano no RS. | Questionário e estrutura para a caracterização sócio-econômica-cultural do Projeto Candiota. Mapa das identidades territoriais deste município. |
Secretaria de Turismo do RS – SETUR/ Divisão de Informação Turística/Divisão de Promoções e Eventos/Divisão de Planejamento |
Funcionamento das divisões, aquisição de material para o TG, leitura de projetos e relatórios, revisão de mapas e cálculo de escalas, levantamento de dados turísticos das prefeituras, levantamentos de infra-estrutura das regiões turísticas do RS e mapeamento dos municípios da Rota Farroupilha. | Levantamento de dados turísticos e mapeamento. |
FEPAM/ Departamento de Qualidade Ambiental/ Serviço de Geoprocessamento |
Correção e classificação de rede viária e dos rios da BH de Candiota, organização de mapoteca confecção de tabela de dados de usinas hidroelétricas e aterros do RS e preparação de material para um curso de cartografia e GPS. | |
Departamento Municipal de Águas e Esgotos/Divisão de
Pesquisas- Prefeitura Municipal de Porto Alegre |
Sistematização dos pontos de coleta de água e esgoto, estabelecendo critérios comuns para a caracterização desses pontos, organizando-os em um banco de dados, para posterior espacialização em uma base cartográfica digital. | Base cartográfica digital da rede de drenagem associada a base urbana e rede viária. |
Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social/ Departamento de Controle Ambiental/Serviço de Proteção ao Meio Ambiente- Prefeitura Municipal de Canoas. |
Participação em discussões técnicas, saídas à campo para reconhecimento de espécies arbóreas, trabalhos de mapeamento, conhecimento da legis-lação que trata da preservação de áreas verdes e preparação de palestras para curso de formação. | Mapa digital de uso do solo, das áreas verdes e das áreas a serem preservadas pela legislação do município de Canoas. |
Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente – Prefeitura Municipal
de de Tupandi. |
Verificar área do município, traçado dos limites municipais; estudo dos processos de litígio; contatos com a Assembléia Legislativa do RS; pesquisa em arquivos históricos; proposta de alteração da lei de limites de Tupandi; verificação do problemas relativos aos recursos hídricos de Tupandi e elaboração de mapas para a escola. | Processos de litígio e definição dos novos limites do município de Tupandi e elaboração de mapas para a escola do município; |
Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN/Coordenação de Apoio a Bacias Hidrográficas | Acompanhamento de projetos executando levantamento bibliográfico, pesquisa, elaboração de produtos cartográficos, textos e material de exposição. | Mosaico aeofotogramétrico georrefernciado, base digital em SIG – IDRISI, sub-bacia hidrográfica do arroio Feijó, divisor de águas e rede de drenagem. |
Fonte: Heidrich & Verdum, 2001.
Conclusões
Finalmente, reforça-se que, através dessas experiências
de estágios que poderiam ser pensadas como atreladas somente ao meio
acadêmico, os resultados gerados são muito interessantes e merecem
ser ampliados pela adoção de estratégias da Comissão
de Carreira do Curso, assim como das associações profissionais,
AGB-PA e AGP-RS. Como exemplo, tem-se a possibilidade de se efetivar, posteriormente
aos seus estágios curriculares, a continuidade das atividades dos alunos
como estagiários remunerados e/ou como técnicos na perspectiva
da futura contratação como geógrafos. Além disso,
no contexto das relações que se estabelecem, projeta-se a possibilidade
do surgimento da relação institucional para a elaboração
de projetos mútuos entre o Departamento de Geografia do Instituto de
Geociências da UFRGS e as instituições com quem se têm
ampliado essas relações. Este fato tem incentivado e consolidado
a política adotada na disciplina, assim como vislumbrado a ampliação
do reconhecimento do profissional nas demandas sociais. Demandas estas que
não só se restringem a uma mera questão de mercado, mas
que buscam construir outras referências que possibilitem a atuação
profissional e o aprimoramento técnico-científico associados às
demandas da sociedade.
[1]O Prof. Álvaro Heidrich, do Departamento de Geografia/IG/UFRGS, também participou da coordenação da disciplina de Estágio Profissional em Geografia, entre 1999 e 2001.
Referências bibliográficas:
BERTRAND, George. Territorialiser l’environnement - un objectif pour la Géographie. Toulouse: CIMA (Centre Interdisciplinaire de Recherche sur les Milieux et l’Aménagement Rural). 1991.
CALLAI, Helena Copetti . A Formação do profissional da Geografia. Ijui: Ed. Unijui, 1999. v1. 80p.
COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, MEIO AMBIENTE E MINORIAS. Brasília: Câmara dos Deputados. Diretrizes de Ação para o Meio Ambiente no Brasil - Relatório Final. 1993.
HEIDRICH, Álvaro Luiz & VERDUM, Roberto Estágio profissional em Geografia pela UFRGS. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Porto Alegre. Boletim Gaúcho de Geografia. nº 27. p. 166-70. 2001.
PEDROSO, Nelson Garcia (org.) Geógrafos legislação, formação e marcado de trabalho. São Paulo: Associação dos Geógrafos Brasileiros. 1996.
VERDUM, Roberto Perícias e laudos técnicos: Um espaço
para uma nova prática científica. In: Verdum, Roberto e Medeiros,
Rosa Maria Vieira RIMA: Relatório de impacto ambiental - legislação,
elaboração e resultados. Porto Alegre: Ed. da Universidade da
UFRGS, 4° edição. 2002.