Ar@cne |
GEOTECNOLOGIAS E
DIVULGAÇÃO DO SABER:
NARRATIVA SOBRE A CRIAÇÃO DE PORTAIS DE CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS E MAPOTECA
DIGITAL
Richarde Marques da Silva
Universidade Federal de
Pernambuco
<richarde@geociencias.ufpb.br>
Maria de Fátima Ferreira Rodrigues
Universidade
Federal da Paraíba
<fatimarodrigues.ufpb@gmail.com>
José Yure G. dos Santos
Universidade
Federal da Paraíba
Jefferson José Gonçalves Sales
Universidade
Federal da Paraíba
Geotecnologias e divulgação do
saber: narrativa sobre a criação de portais de conteúdos geográficos e mapoteca
digital (Resumo).
Este trabalho é parte integrante do Projeto “Da
paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do
saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, desenvolvido
no âmbito do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba.
Este artigo apresenta dois sites na Internet com o objetivo de disseminar mapas
digitais e textos para livre acesso. Os dois sites possuem mais de 1.500
arquivos, incluindo mapas, artigos, dissertações e teses, que podem ser
utilizados nos diversos campos da geografia. O principal objetivo dos sites é
fornecer mapas digitais e dos textos para uso em vários campos da Geografia e
ciências afins. A mapoteca digital possui mapas e fotos, principalmente do
Estado da Paraíba e do Nordeste do Brasil. Este trabalho também traz algumas
considerações sobre as vantagens da educação a distância em Cartografia para
professores de Geografia. Ensino este que não se trata de uma proposta que
venha para substituir o ensino em sala de aula, mas, que busque contribuir com
o enriquecimento da educação e que possam ajudar nos cursos de Geografia.
Palavras chaves: mapoteca digital, Cartografia, Geografia,
portais na Internet.
Geográfica y la difusión del
conocimiento: relato sobre la creación de portales de contenidos geográficos y
colección de mapas digitales (Resumen).
Este trabajo es parte integrante
del proyecto “Da
paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do saber geográfico
através de um portal e de tutoriais”, desarrollado en el
Departamento de Geociencias del Universidad Federal de Paraíba. Este trabajo
presenta dos sitios en la Internet creados para la divulgación di mapas
digitales y textos de acceso libre. Los dos sitios cuentan con más de 1.500
archivos, como: mapas, artículos, disertaciones e teces, que podrán ser usados
en los diversos campos de la Geografía. El objetivo principal de los sitios es
poner a disposición la base de datos cartográficos digitales y textos para su
uso en muchos campos de la Geografía y ciencias afines. La cartoteca cuenta con
mapas e imágenes, principalmente del Estado de Paraíba y el noreste del Brasil.
El trabajo tras algunas consideraciones sobre ventajas de enseñanza en la
distancia de Cartografía para profesores de Geografía. No se trata de una
propuesta que trate de substituir a la educación presencial, pero sí como aporte
y contribución a la educación y al enriquecimiento en los cursos de Geografía.
Palabras claves: cartoteca
digital, Cartografía, Geografía, sitios de la Internet.
Geotechnologies and
dissemination of knowledge: narrative about the creation of web sites for
geographic content and digital map library (Abstract).
This paper is part of the project named “Da
paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do
saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, developed in
the Department of Geosciences of the Federal University of Paraiba. This paper presents two web sites created
for the dissemination of digital maps and texts for free access. The two web
sites have more than 1,500 files, including maps, articles, dissertations and
thesis, which may be used in the various fields of Geography. The main purpose
of the web sites is to make available the digital cartographic database and
texts for use in many fields of Geography and related sciences. The digital map
library has maps and pictures, mainly of Paraiba State and northeastern Brazil.
The article presents also some considerations about the advantages of distance
education in Cartography for Geography teachers. This teaching is not about a
proposal that would replace the education in the classroom, but that it would
contribute to the education enrichment in order to help the courses of
Geography.
Key words: digital map library, Cartography,
Geography, Internet sites.
É consenso entre
diversos pesquisadores que as mudanças ocorridas nas formas de divulgação e a
organização da informação são de grande relevância para o desenvolvimento
material e social da sociedade contemporânea. Também é fato reconhecido que nos
últimos anos houve um crescimento extraordinário dos meios de comunicações e
dos métodos inovadores de conhecimento (Santos et al., 2008). Esta assertiva
nos faz lembrar pesquisadores como Erich Hobsbawm (Heidrich, 2006), quando,
analisando o século XX, declara que nos últimos cinquenta anos a humanidade viu
inserir em seu convívio mais inovações do que em toda sua história pretérita.
Castells (1999) faz
considerações relevantes para se compreenderem os avanços tecnológicos e sua
importância também, quando analisa a sociedade em rede e nos apresenta as mudanças
que o modelo informacional nos trouxe. Esse modelo possibilita uma
reorganização do trabalho, através da integração de diversas unidades, setores
gerenciais interativos, equipes responsáveis por ciclos produtivos completos e
autônomos, além da ênfase na utilização intensiva de informações. No modelo
informacional, a informação e o conhecimento desempenham papel central na
organização do processo de educação.
Compreendendo a
importância da sistematização e divulgação do conhecimento da Cartografia para
a ciência geográfica, neste trabalho são apresentadas algumas considerações
sobre formas e vantagens do ensino de Cartografia a distância, bem como a
divulgação de mapas, imagens e textos sobre diversos temas da Geografia,
dispostos em portais na Internet, como forma de auxiliar professores no
processo ensino-aprendizagem de Geografia e de Cartografia.
Vale destacar que, devido aos
avanços dos meios de comunicação, é possível a implementação do ensino a
distância, em todas as escalas geográficas. No Brasil, algumas instituições de
ensino superior têm investido em projetos que visam a oferta de cursos a
distância. O próprio Governo Federal implantou no ensino médio e nas IFES
alguns programas que têm contribuído para melhorar a qualificação profissional docente
e discente. Essas iniciativas podem ser conhecidas através do portal do MEC
<http://portal.mec.gov.br/seed/index.php>,
além dos portais de ensino a distância disponibilizados nas próprias IFES
utilizando-se do software livre
Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle).
Cabe registrar também o crescimento da oferta
de cursos de graduação oferecidos pelo Sistema UAB. A Universidade Aberta
do Brasil, criada pelo Decreto Nº 5.800, de 8 de Junho de 2006 <http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf>,
dirigida às mais diversas formações e níveis de escolaridade, ampliando tanto
as possibilidades de formação do quadro docente pelos interiores do Brasil,
quanto qualificando novos profissionais em atendimento às demandas do mercado
de trabalho[1].
A despeito das
controvérsias que o ensino a distancia tem despertado e da relevância desse
debate, não é nossa intenção entrar no mérito de suas controvérsias. Antes
queremos tecer algumas considerações em relação às vantagens do uso da Internet
e de suas ferramentas como sites, blogs, textos digitais, buscadores, capazes
de serem utilizados no aperfeiçoamento do ensino presencial e a distância,
especialmente em áreas como a Cartografia. Em nenhum momento entendemos que o
uso dessas ferramentas possa substituir a educação presencial, mas sim
contribuir com a educação presencial, preenchendo as lacunas que possam existir
nos cursos de Geografia, já que alguns destes cursos destinam poucas horas de
sua carga horária para as disciplinas de Cartografia (Di Maio e Setzer, 2005).
Segundo
Luckesi (2007, p.11), “o ensino a distância constitui-se numa opção de
procedimento da ação educativa, ou seja, numa alternativa de mediação na
construção de uma sociedade culta, crítica e civilizada”. O ensino a distância,
a depender do objetivo político, da ciência e dos recursos metodológicos que
lhe dão forma, possibilita, como outros modos de ensino, a aquisição de
conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e a formação de hábitos (Silva
e Egler, 2003).
No que concerne aos conhecimentos
cartográficos, Popp (2000) propôs implementar o ensino de Cartografia a
distância, para professores do ensino fundamental. Nesse estudo o autor
ressalta a importância do ensino de Cartografia nas aulas de Geografia, e
também ressalta que o ensino a distância não deve substituir ou concorrer com a
educação presencial, mas sim dar-lhe continuidade, comunicando as novas idéias,
informações, conhecimentos e materiais didático-pedagógicos, provendo recursos
e meios para melhor desempenho dos professores.
A Cartografia é portadora de
conhecimentos importantes e necessários para a formação dos professores de
Geografia (Sampaio et al., 2005). O conhecimento cartográfico possibilita uma
maior compreensão e interpretação dos mapas, e os professores de Geografia
devem ser bem capacitados, para que possam trabalhar os produtos cartográficos
de maneira adequada em sala de aula, e desta forma, possam proporcionar aos
alunos uma maior compreensão e aprendizado dos conteúdos geográficos e
cartográficos.
A linguagem cartográfica é uma das
formas que, indubitavelmente, deve ser utilizada no ensino, pois representa a
territorialidade dos diferentes fenômenos, razão de ser da própria ciência
geográfica. Segundo Abreu e Carneiro (2006) a educação cartográfica é um
processo de construção de estruturas e conhecimentos favorecedores da leitura e
interpretação de mapas. Essa assertiva nos leva a lembrar que a construção e a
interpretação de mapas resulta em produtos e formas de comunicação, com códigos
e linguagens próprias, cujas mensagens demandam leitura e interpretação.
Em face
disso, pode-se dizer que o ensino de Cartografia na Geografia já não pode
funcionar sem articulação e deve possuir dinâmicas mais amplas, que extrapolam
a sala de aula. Dizendo isso, não se espera que o uso de ferramentas
disponibilizadas na internet seja a panacéia para todas as dificuldades que a
educação geográfica vivencia. Mas, a incorporação de inovações tecnológicas
pode contribuir para o aperfeiçoamento do debate em tela, reconhecendo que a
existência de um espaço virtual, mediado ou potencializado por novas
tecnologias da informação e da comunicação podem dinamizar o ensino de
Geografia, tanto em suas modalidades presenciais, como nas virtuais (Silva e
Egler, 2003).
Abreu e
Carneiro (2006), em uma pesquisa sobre a educação cartográfica em escolas no
Estado de Pernambuco, Brasil, constataram a falta de conhecimento dos
professores de Geografia nos temas de Cartografia. Esse despreparo acarreta
distorções no uso dos documentos cartográficos como meio de comunicação, uma
vez que o mapa perde sua importância ora por não ser trabalhado, ora por ser
manuseado sem o devido entendimento, perdendo assim o contexto da comunicação.
Neste sentido deixamos a indagação: afinal, como pode um professor passar às
crianças um conhecimento que não adquiriu?
Ainda de
acordo com Abreu e Carneiro (2006), uma das principais causas do “analfabetismo
cartográfico”, é a deficiência nas matrizes curriculares que formam professores
de Geografia. Como entender um curso que forma professores de Geografia,
possuir quase 3.000 horas e existirem faculdades e universidades que contemplam
a matéria Cartografia com apenas 60 ou 120 horas? Como resultado, professores
de Geografia são formados sem uma habilidade necessária para a transmissão dos
conteúdos cartográficos, e irão aumentar o contingente de educandos com
deficiência de conhecimentos cartográficos no ambiente escolar.
Uma das
principais causas desse despreparo dos professores de Geografia, em relação ao
ensino de Cartografia, são as lacunas existentes tanto na própria formação
acadêmica quanto na falta de produtos cartográficos para serem trabalhados de
forma interativa e didática.
Uma das
maneiras encontradas para minimizar esse problema é a disponibilização de
portais e mapotecas digitais na Internet, voltados para a divulgação de
material geográfico e, sobretudo, produtos cartográficos, que despertem cada
vez mais o interesse de professores e alunos sobre a Cartografia.
Geotecnologias
e Geografia: um debate necessário
Na sociedade atual, em
sua diversidade de grupos de interesse, a informação e o uso de geotecnologias
desempenham um papel muito importante no processo ensino-aprendizagem de
Geografia, resultando na incorporação dessas geotecnologias, pelos
profissionais da área, em ganhos que demonstram ser a posição que ocupa cada
profissional, produto do conhecimento que conseguiu desenvolver ou construir.
As iniciativas que visam
à democratização e a universalização do acesso às Tecnologias da Informação são
denominadas de Inclusão Digital. A utilização dessas tecnologias informacionais
cria novas possibilidades, oferecendo ao professor recursos didáticos e
áudio-visuais capazes de auxiliá-lo na sistematização dos conhecimentos dos
alunos. No caso
do estudo geográfico, o uso das tecnologias da informação ocorreu no final da
Segunda Guerra Mundial, quando mudanças significativas aconteceram nas
abordagens dessa ciência exigindo um redimensionamento de seus conteúdos.
Esse período foi o marco
do surgimento de uma nova corrente geográfica chamada, nos países de língua
inglesa, de “New Geography”, e no restante do mundo de “Geografia Quantitativa”
ou “Geografia Pragmática”. A Nova Geografia defendida pelos seus propositores
opunha-se à Geografia Tradicional, considerada por eles uma não Geografia.
Segundo Moraes (1981, p.100), “os autores pragmáticos vão propor uma ótica
prospectiva, um conhecimento voltado para o futuro, que instrumentalize uma
Geografia aplicada. Desta forma, seu intuito geral é o de uma “renovação
metodológica”, o de buscar novas técnicas e uma nova linguagem, que dê conta de
novas tarefas postas pelo planejamento”.
Com o advento das
geotecnologias, como o Sensoriamento Remoto e os Sistemas de Informação
Geográfica, uma nova renovação metodológica passou a ser incorporadas no
cotidiano escolar. Imagens de satélite de alta resolução disponíveis como, por
exemplo, no Google Earth (Equipo Urbano, 2007) e mapas temáticos são
produtos valiosos para manipular a informação espacial e auxiliar no
ensino-aprendizado de Geografia. Segundo Gonçalves et al. (2007) “os usos
escolares dos produtos e técnicas de Sensoriamento Remoto de alta resolução
apresentam-se como recurso para o processo de discussão/construção de conceitos
geográficos pelos alunos. Através desta ferramenta, podemos verificar suas
possibilidades de uso em diferentes âmbitos do ensino de geografia”.
O uso frequente das
geotecnologias desmistifica a ideia de que tecnologias de ponta, como imagens
de satélite e técnicas de SIG, sejam algo incompatível com a rotina escolar. Ao
contrário, o uso de tecnologias dessa natureza, como recurso didático, amplia o
universo de conhecimentos, possibilitando ao mesmo tempo uma leitura mais
ampliada sobre o mundo e enriquecendo as formas de representação da realidade.
A utilização do computador na sala de aula, por exemplo, passa a ser um
instrumento motivador, tanto para os educadores, como para os alunos, já que o
mesmo possibilita a busca diária de informações, troca de ideias e utilização
de diferentes técnicas e estratégias educacionais. O uso dos instrumentos e das
ferramentas citadas ao longo deste artigo possibilitam correlacionar os
conteúdos estudados em sala de aula com a realidade, proporcionando uma
aprendizagem real e significativa.
Foi partindo dessa compreensão que
nos motivamos a narrar neste artigo os resultados obtidos no Projeto: “Da
paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação do
saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, cujos resultados buscam
suprir demandas dos alunos da área de Geografia, e também das diversas
disciplinas que necessitam produzir mapas e buscam bases espaciais digitais.
Deve-se ressaltar que, com a constante popularização das geotecnologias em
outras ciências, a procura por mapas digitais se alastra para usuários além da
esfera geográfica, como: (a) Geologia, (b) Biologia, (c) Engenharia, (d)
Arquitetura, (e) Estatística, (f) História, entre outras (Vianna e Neves,
2004).
O propósito deste trabalho foi
divulgar a produção de mapas digitais pela Internet, a partir da construção de
um banco de dados composto por arquivos vetoriais e imagens matriciais na
Mapoteca Digital Humboldt (Vianna e Neves, 2004). O conteúdo da Mapoteca
Digital foi ampliado e atualizado, e junto com um sistema de identificação e de
busca, permite aos usuários uma maior visualização dos arquivos disponíveis.
Assim, a produção e a divulgação de mapas digitais pela Internet revela-se como
um importante instrumento de pesquisa e auxílio na divulgação e na construção
do saber geográfico, para a realização de trabalhos e projetos na Geografia e
áreas afins.
Considerações
sobre os Resultados Obtidos
Este trabalho apresenta resultados
obtidos no Projeto de pesquisa: “Da
paisagem cultural à geografia regional da Paraíba: produção e divulgação
do saber geográfico através de um portal e de tutoriais”, desenvolvido de 2004
a 2007 em parceria com o Laboratório e Oficina de Geografia da Paraíba (LOGEPA)
<http://www.geociencias.ufpb.br/logepa>
e com o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Projetos em Análise Espacial (LEPPAN)
<http://www.geociencias.ufpb.br/leppan>.
No conjunto dos trabalhos realizado reestruturamos a Mapoteca Digital Humboldt
e desenvolvemos dois portais, além de uma mapoteca e uma biblioteca digital
voltados para a divulgação de um acervo cartográfico e textos geográficos.
A denominação “Mapoteca Digital
Humboldt”, é uma homenagem ao naturalista e geógrafo Alexander von Humboldt considerado
um dos principais fundadores da geografia moderna que por seu espírito
aberto às inovações propiciou novas leituras da paisagem, principalmente no
meio tropical (Vianna e Neves, 2004).
Em algumas empresas do ramo de
documentação em geral, o termo mapoteca digital é apresentado como o simples
armazenamento de desenhos físicos e arquivos digitais, com gerenciamento
eletrônico de documentos, permitindo a localização de arquivos, que não são
necessariamente mapas. No caso da Mapoteca Humboldt são disponibilizadas bases
cartográficas digitais, que podem ser utilizadas nos diversos campos da
Geografia e ciências afins.
Na reestruturação realizada na
Mapoteca Digital Humboldt, os usuários podem navegar pelo sítio de maneira a
visualizar todo o conteúdo da mapoteca, pois os arquivos que compõem o acervo
estão estruturados de modo a possibilitar uma fácil navegação no conjunto das
informações, tornando a consulta aos arquivos rápida e fácil. Toda a base
digital foi atualizada e os temas mais sugeridos por alunos e professores,
conforme nos indicou a pesquisa direta que realizamos, foram escolhidos para
integrar a Mapoteca Digital.
A Mapoteca Digital vem sendo
acessada por diversos usuários que buscam informações espaciais das mais
diversas, como: (a) Cartas topográficas da SUDENE do Estado da Paraíba, (b)
imagens aéreas panorâmicas de toda a cidade de João Pessoa, (c) fotografias
aéreas para estereoscopia de parte da cidade de João Pessoa, (d) diversos mapas
temáticos de localização do Nordeste, do Brasil e da Paraíba, (e) Atlas
Geográfico digital da Paraíba com informações sobre clima, relevo, geologia,
tipos de solo, divisão municipal, pluviosidade, insolação e temperatura, (f)
imagens de satélite, (g) divisões estaduais e municipais da Paraíba, Região
Nordeste e Brasil, entre outros. Essas bases espaciais são utilizadas para
diversos fins, e entre os mais destacados estão a construção de mapas de
localização, uso e ocupação do solo e modelos de elevação do terreno. Todos
esses arquivos estão disponíveis em vários formatos (jpg, tif, shp, dxf, dwg e
cdr).
O portal
de apoio ao ensino de Geografia, a Mapoteca Digital Humboldt (Figura 1),
encontra-se disponível no endereço eletrônico: <http://www.geociencias.ufpb.br/leppan/mapoteca>.
Figura 1. Vista da
página principal da Mapoteca Digital Humboldt.
Fonte: Laboratório de Ensino, Pesquisa e Análise Espacial (LEPPAN),
<http://www.geociencias.ufpb.br/leppan/mapoteca>.
No que tange ao uso desse portal,
professores e alunos de todos os níveis das mais diversas áreas do conhecimento
são encorajados a acessarem a Mapoteca Digital, para conhecer o conteúdo
disponível e ter a Mapoteca Digital como fonte de referência para obtenção de
bases espaciais que podem ser utilziadas nas atividades escolares e/ou
profissionais. Ainda existe a opção de qualquer usuário enviar seu arquivo
digital para compor o banco de bases espaciais da Mapoteca Digital. Esse
procedimento é realizado da seguinte maneira: o usuário envia seu arquivo por
mensagem eletrônica para leppan@geociencias.ufpb.br,
o arquivo passa por uma verificação de consistência dos dados e então é
disponibilizado na Mapoteca Digital.
Outro objetivo do estudo foi criar a
Biblioteca Digital Manuel Correia de Andrade, que disponibiliza: (a)
monografias, (b) artigos científicos, (c) dissertações de mestrado, e (d) teses
de doutorado, todos ligados ao ensino e pesquisa de Geografia, que podem servir
como passo inicial para a realização de outros trabalhos. Deve-se ressaltar que
todo o material disponível tanto na mapoteca digital quanto na biblioteca
digital pode ser acessado gratuitamente. Neste portal, ainda há a possibilidade
de interessados divulgarem seus trabalhos, enviando seus textos para publicação
na página. Os textos são recebidos e avaliados por uma Comissão Científica, que
julga a qualidade e a relevância do estudo e se os princípios éticos foram
respeitados.
A Biblioteca Digital Manuel Correia
de Andrade encontra-se disponível no endereço eletrônico: <http://www.geociencias.ufpb.br/logepa/biblioteca>.
A biografia de Manuel Correia de Andrade é vasta e demasiadamente rica no que
tange a suas contribuições para a ciência geográfica no Brasil. Sua trajetória
teve início na política estudantil. Foi autor de numerosos livros, dentre os
quais o mais conhecido é “A Terra e o Homem no Nordeste”, considerado em 1999
pela câmara Brasileira do Livro, como um dos 100 mais importantes do século XX.
Manuel Correia de Andrade é detentor de inúmeras comendas e condecorações,
entre elas a do Mérito Nacional Científico, recebida
em 2000. Nos seus últimos trabalhos, como bolsista do CNPq desenvolveu uma
pesquisa sobre “A Construção do Pensamento Geográfico no Brasil”.
Figura 2. Vista da
página principal da Biblioteca Digital Manuel Correia de Andrade.
Fonte: Laboratório e Oficina de Geografia (LOGEPA),
<http://www.geociencias.ufpb.br/logepa/biblioteca>.
As experiências
presenciadas ao longo do desenvolvimento deste estudo e em sala de aula nos
permitem afirmar que o uso de programas informacionais que dão suporte às
atividades didático-pedagógicas de Geografia motiva e facilita o trabalho tanto
de educadores quanto de alunos, visto que essas ferramentas possibilitam a
construção e ampliação de informações além de revelarem aspectos da realidade
antes difíceis de serem alcançados.
Segundo Gómez e Pérez
(2009) todos os dias necessitamos de formação e informação para a realização de
nossas atividades. Nesse sentido, os portais educativos na Internet oferecem
informações variadas e multidisciplinares sobre os diversos aspectos
relacionados ao exercício de atividades de ensino e pesquisa. Esses portais
podem constituir-se, portanto, em fontes seguras de informações para
professores e alunos, contribuindo assim com a qualificação docente e com o
aprimoramento do saber em geral. Também em diversas ocasiões se mostram como
espaços de divulgação de experiências educativas de grande interesse,
contribuindo para a divulgação de inovações educativas de diversos tipos.
Considerações
finais
Conclui-se do exposto que o ensino de
Cartografia a distância para professores de Geografia pode ser um recurso de
grande relevância na educação presencial, nos cursos de formação de professores
e para o ensino de Cartografia e de Geografia.
A Educação a distancia pode atuar no
preenchimento das lacunas existentes nos cursos de formação de professores,
pois alguns desses cursos possuem uma carga horária presencial muito pequena
destinada às disciplinas da área de Cartografia, além disso abre inúmeras
possibilidades para o uso de atividades práticas usando mapas digitais no
processo ensino-aprendizagem de Geografia nos ensinos fundamental e médio. O
acesso a essas informações permite que esses recursos ajudem os profissionais
da área de educação, em particular da Geografia, na melhoria da qualidade do
ensino em sala de aula.
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Notas
[1] Cf Universidade Aberta do Brasil <http://www.uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=18>
[Edición electrónica del texto realizada por Jeffer Chaparro y Daniel
Santana Rivas].
© Copyright Richarde Marques da Silva, Maria
de Fátima Ferreira Rodrigues, José Yure G. dos Santos, Jefferson José Gonçalves
Sales, 2011.
© Copyright Ar@cne, 2011.
Ficha
bibliográfica: